“Já há quatro anos tinha pedido insistentemente para sair. Desta vez insisti mais e houve um acordo com a direção do partido. As pessoas não são eternamente jovens e é preciso renovar”, afirmou Carlos Carvalhas à Lusa, à margem do XXI congresso comunista, que hoje começou em Loures, distrito de Lisboa.
Quando foi secretário-geral do PCP, de 1992 a 2004, “sempre” procurou fazer essa renovação, tanto em cargos diretivos como na Assembleia da República, recordou, e “este era o momento adequado” para deixar o comité central.
Apesar de deixar o cargo, Carvalhas, 79 anos, disse que não vai calçar as pantufas e prometeu dar o seu contributo sempre o partido quiser “como se estivesse no comité central”.
O economista e antigo líder disse ainda apoiar a abstenção anunciada pelo partido, que viabilizou o Orçamento do Estado de 2021, do governo minoritário do PS.
As propostas que os comunistas introduziram podem não ser suficientes mas, disse, "o que se avançou foi porque o PCP avançou nesse sentido”, representando “maior investimento e maior justiça social”.
“O que nos leva a perguntar o que seria este orçamento com um governo do PS sozinho”, questionou.
Carlos Carvalhas foi escolhido para “número dois” do PCP e de Álvaro Cunhal num congresso, há 30 anos, também em Loures, e subiu a secretário-geral dois anos depois, na reunião magna de 1992.
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