Com arranque previsto para as 21:00, no Centro de Congressos de Lisboa, os trabalhos serão abertos pelo líder da distrital lisboeta, Pedro Pinto.
Segue-se a intervenção de Pedro Passos Coelho, que esteve à frente do partido desde março de 2010, tornando-se o segundo líder com mandato mais longo no PSD, quase oito anos, só atrás de Cavaco Silva, que presidiu aos destinos dos sociais-democratas por quase uma década.
Rui Rio fará depois o seu primeiro discurso perante os congressistas, uma intervenção que, segundo fontes do partido, incidirá sobre o PSD e sobre o regime político, embora num estilo comunicacional mais virado para os portugueses do que para consumo interno.
Na quinta-feira à noite, a ‘newsletter’ do PSD, dedicada ao Congresso, destacava uma frase de Rui Rio, segundo a qual a reunião magna dos sociais-democratas dará início à “construção de uma alternativa de governo à atual frente de esquerda que se formou no parlamento”, garantindo o líder eleito que o atual executivo “terá na nova liderança do PSD uma oposição firme e atenta que visará, sempre, o interesse nacional”.
Eleito presidente da Comissão Política Nacional em 13 de janeiro, com 54% dos votos, Rio tem estado praticamente em silêncio no último mês.
Na sua proposta de estratégia global “Do PSD para o País” defende o reposicionamento do partido ao centro, a importância dos entendimentos de regime em nome do interesse nacional e coloca a vitória nas europeias do próximo ano como o seu primeiro desafio eleitoral.
Após as intervenções de Passos Coelho e Rui Rio, os trabalhos prosseguirão com a apresentação de parte das duas dezenas de propostas temáticas, sendo provável que o texto conjunto do comissário europeu Carlos Moedas e do ex-líder da JSD Pedro Duarte, intitulado “Combater a Desigualdade”, ainda seja apresentado no primeiro dia de trabalhos.
No sábado, serão apresentadas as restantes propostas temáticas e as quatro propostas de alterações estatutárias, cujo debate e votação deverá ser remetida para um momento posterior, eventualmente em Conselho Nacional.
No Congresso, serão eleitos e empossados no domingo os novos órgãos nacionais, cujos nomes têm estado fechados a ‘sete chaves’.
Apenas para o Conselho Nacional se sabe que o candidato derrotado nas últimas diretas, Pedro Santana Lopes, aceitou encabeçar a lista da direção.
A JSD, confirmou a Lusa, “apoiará institucionalmente a lista de unidade”, um sinal semelhante ao que deu no último Congresso, quando elementos desta estrutura autónoma integraram a lista de Passos Coelho.
Luís Rodrigues, ex-líder da distrital de Setúbal, encabeçará, como habitualmente, uma lista a este órgão que tentará representar o maior número possível de distritais.
Ao Conselho Nacional do PSD, órgão máximo do partido entre congressos, é frequente haver uma multiplicação de listas (há dois anos foram oito e em 2014 foram nove).
Rui Rio chega ao Congresso já com uma candidatura à liderança parlamentar, assumida na quinta-feira por Fernando Negrão, um dia depois de Hugo Soares ter anunciado a convocação de eleições na bancada para a próxima quinta-feira, na sequência de uma conversa com o presidente eleito em que este lhe manifestou vontade de trabalhar com uma direção do grupo parlamentar diferente.
Fernando Negrão explicou que teve duas conversas com Rui Rio neste processo: uma antes de ser candidato, de caráter geral sobre a bancada parlamentar, e uma depois da decisão, na qual o presidente eleito lhe manifestou agrado pela sua candidatura.
Estão inscritos no 37.º Congresso do PSD cerca de 950 delegados, mais de 250 participantes e mais de mil observadores.
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