Redigida pela França, a resolução foi aprovada por 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança, com a abstenção da Rússia e da China, prevendo-se a manutenção da missão na RCA até 15 de novembro de 2019, que pode ter até 11.650 militares e 2.080 polícias.
Em novembro, data limite para a renovação da missão, o Conselho de Segurança apenas efetuou uma renovação técnica por um mês, devido a objeções da Rússia e dos Estados Unidos.
A administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu para consultar o Congresso e que nenhum custo adicional fosse gerado para o prolongamento da missão das Nações Unidas, tendo recebido a ‘luz verde’ necessária.
A crítica mais severa surgiu da Rússia, que aumentou em 2018 os seus compromissos bilaterais na República Centro-Africana, com o fornecimento de armas, treino de soldados e proteção da presidência deste Estado, antiga colónia francesa.
Moscovo queria um reconhecimento explícito dos seus esforços e que os soldados treinados pela Rússia beneficiassem de apoio da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA).
A resolução aprovada sublinha “a necessidade de fortalecer a coordenação de todos os esforços e iniciativas sob a liderança da União Africana”.
O texto reconhece, também, o papel da Rússia na formação das forças de segurança da RCA.
Portugal participa na MINUSCA, comandada pelo tenente-general senegalês Balla Keita, que já classificou as forças portuguesas como os seus ‘Ronaldos’.
“Ronaldo é o melhor jogador do mundo e quando as nossas tropas são classificadas de ‘Ronaldos’ isso tem uma leitura muito clara. Sentimos orgulho pela forma como o seu trabalho é reconhecido”, disse o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, à agência Lusa.
Portugal tem atualmente 214 militares empenhados em missões na RCA, 159 dos quais na MINUSCA, uma companhia de paraquedistas e elementos de ligação e 45 na missão da União Europeia de formação e assessoria às Forças Armadas da RCA.
A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados, e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo do Presidente, Faustin-Archange Touadéra, um antigo primeiro-ministro que venceu as presidenciais de 2016, controla cerca de um quinto do território.
O resto é dividido por 18 milícias que, na sua maioria, procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
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