“Não são condições dignas para as crianças, para os pais e para os profissionais de saúde. Temos de colocar rapidamente as crianças dentro do hospital”, afirmou o bastonário Miguel Guimarães em declarações aos jornalistas, à margem de uma cerimónia hoje em Lisboa.
O representante dos médicos, que na quarta-feira vai visitar o hospital de São João para se inteirar da situação, indicou que só no ano passado foram feitas mais de 1.400 intervenções e reparações nos contentores onde estão as crianças, desde reparações em paredes, em canos, entre outras.
“Aquelas crianças estão há demasiados anos em contentores, que são reparados em varias áreas todos os dias”, indicou, acrescentando que há que colocar “rapidamente as crianças dentro do hospital”, referindo que existe uma ala desocupada e que necessita de obras de remodelação.
Miguel Guimarães admite que “existem responsáveis em todos os governos pelos quais esta matéria passou” nos últimos cerca de 10 anos, mas disse que o atual Executivo tem “a faca e o queijo na mão” para resolver a situação.
“Porque é que o senhor ministro da Saúde, depois desta polémica, vem anunciar que a verba está disponível dentro de duas semanas. Porque não o fez há um ou dois anos? O ministro da Saúde tem conhecimento de como está o São João a funcionar em termos de pediatria”, indicou, lembrando que as últimas denúncias relativas a esta situação "partiram da sociedade civil".
O ministro Adalberto Campos Fernandes disse na segunda-feira que os procedimentos para avançar com a construção da nova ala pediátrica do hospital de São João serão desbloqueados dentro de duas semanas, lembrando que o dinheiro “está disponível”.
A falta de condições de atendimento e tratamento de crianças com doenças oncológicas foi denunciada na semana passada por pais de crianças doentes que são atendidas em ambulatório e também na unidade do ‘Joãozinho', para onde são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João.
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