“Lamentamos muito que a polícia e o governo metropolitano de Seul estejam a tentar silenciar as vozes das famílias das vítimas em vez de as lembrarem e lhes prestarem homenagem”, disse um porta-voz da organização sul-coreana Advogados para Uma Sociedade Democrática, citados pela agência noticiosa Yonhap.
Mil manifestantes, dos quais 150 familiares das vítimas, marcharam hoje de manhã para a estação Noksapyeong e para a rua Sejongno, onde as autoridades tinham colocado cerca de 3.000 oficiais para impedir a instalação do santuário na Praça Gwanghwamun.
Quando os manifestantes montaram um memorial naquela praça de Seul, em frente à câmara municipal da cidade e da rua Sejongno, os agentes policiais intervieram mas acabaram por desistir perante a resistência popular.
Cerca de 70 funcionários tentaram mais tarde desmantelar o memorial improvisado, mas também tiveram de abandonar o local, segundo relatos da Yonhap, citados pela agência Europapress.
Um dos familiares das vítimas ficou inconsciente tendo sido transportado para um hospital próximo, segundo testemunhas oculares, citadas pelas agências.
Pelas 14:10 locais (menos 03:10 em Portugal Continental e Madeira), começou uma cerimónia em memória das vítimas na qual participaram perto de 5.000 pessoas que ocuparam quatro das seis faixas de rodagem.
Os familiares das vítimas levavam um lenço vermelho, simbolizando a perda de um ente querido, e uma fita com quatro estrelas representando as vítimas, familiares, sobreviventes e trabalhadores de resgate.
Na manifestação, houve críticas à politização da comissão de inquérito da Assembleia Nacional sobre o incidente. A comissão concluiu os seus trabalhos em 55 dias.
Em 11 de dezembro passado, a Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovou uma moção de demissão do ministro do Interior e da Segurança, Lee Sang Min, pela resposta falhada do Governo ao desastre durante o Halloween em Itaewon.
A votação teve 182 votos a favor e um voto foi declarado inválido, quando eram necessários 150 votos para passar. No entanto, membros do Partido do Poder Popular (PPP), no poder, deixaram a sala antes do início do processo de votação.
A 13 de janeiro deste ano, 23 pessoas foram responsabilizadas pela debandada que causou 159 mortos na capital da Coreia do Sul, após uma investigação policial à tragédia ocorrida durante as celebrações do Halloween em Seul.
As conclusões foram anunciadas nesse dia e remetidas para o Ministério Público, com os 23 indiciados a poderem agora enfrentar, entre outras, acusações de negligência.
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