"Como sabe, eu tenho uma regra - e gosto de cumprir regras -, que é quando estamos no estrangeiro não falamos das questões de políticas internas e quando estamos a falar de política externa Portugal fala sempre a uma só voz", afirmou António Costa à chegada a São Tomé e Príncipe, onde participa no domingo na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Quando fala o Presidente da República, quando fala o primeiro-ministro, quando fala o presidente da Assembleia da República, quando fala o ministro dos Negócios Estrangeiros, falamos a uma só voz, portanto não há polémicas", salientou, sem especificar ao que se referia.
À chegada a São Tomé, o primeiro-ministro foi questionado se já falou com o Presidente da República depois de ter vetado as alterações à legislação da habitação e sobre polémicas que têm marcado a atualidade nacional.
Na quinta-feira, na Ucrânia, o Presidente da República defendeu não existir “um duplo jogo” na posição portuguesa quanto à integração europeia da Ucrânia, que é de apoio, e indicou "não há ninguém acima do Presidente que possa dizer coisa diferente".
"O poder político em Portugal democraticamente legitimado quer que, no futuro, a Ucrânia faça parte da família europeia […]. Portugal também tem sido claro ao dizer que isso envolve duas partes: o caminho que a Ucrânia está a fazer com muito mérito de preparação para esse momento, mas também o caminho que a UE tem de fazer de preparação para esse momento", sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, em conferência de imprensa conjunta com Volodymyr Zelensky.
Na ótica do chefe de Estado português, a integração na União Europeia (UE) da Ucrânia "é um caminho de duas partes" e da parte de Portugal "não há um duplo jogo".
O Presidente da República acrescentou que Portugal apoia desde o primeiro momento a adesão da Ucrânia à EU: "E espero que fique claro que quando o Presidente de Portugal diz que esse é o objetivo, está dito, não há ninguém acima do Presidente que possa dizer coisa diferente nessa matéria”.
Perante o Volodymyr Zelensky, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o futuro da Ucrânia será "na União Europeia e na NATO".
No mesmo dia, questionada sobre as declarações do Presidente da República, a ministra da Presidência sublinhou o "alargado consenso" que existe em Portugal sobre o "apoio inequívoco à Ucrânia".
Mariana Vieira da Silva escusou comentar afirmações que disse não ter ouvido, mas apontou que a posição portuguesa “na matéria do apoio inequívoco à Ucrânia é consensual desde o primeiro dia”.
Comentários