Costa e Sánchez visitaram a casa do prémio Nobel da Literatura de 1998, acompanhados pela mulher do escritor, Pilar del Rio, e pelos ministros da Cultura de Portugal, Pedro Adão e Silva, e de Espanha, Miquel Iceta.
O primeiro-ministro, acompanhado de dez ministros, chegou ao final da tarde a Lanzarote, no arquipélago das Canárias, para a 34.ª cimeira ibérica, que decorre até quarta-feira.
À chegada a Lanzarote, António Costa foi recebido pelo líder do governo espanhol, o também socialista Pedro Sánchez, na residência oficial do governo de Espanha na ilha, conhecida como La Mareta, onde trocaram presentes, segundo fontes dos dois executivos.
António Costa ofereceu a Sánchez o livro “Viagem a Portugal”, de José Saramago, e recebeu também um livro, “Lanzarote arquitetura inédita”, de Cesar Manrique, o artista, arquiteto e ativista ambiental nascido em Lanzarote em 1919.
Os trabalhos oficiais da 34.ª cimeira ibérica decorrem na quarta-feira, com foco no intercâmbio cultural, na agenda da União Europeia e na estratégia transfronteiriça comum.
A 34.ª cimeira Luso Espanhola ocorre apenas quatro meses depois da anterior, em novembro, em Viana do Castelo, sobretudo por causa da agenda interna de Espanha neste ano, com eleições regionais e municipais em 28 de maio, eleições legislativas gerais em dezembro, e a presidência do Conselho União Europeia (UE) a partir do segundo semestre.
O encontro entre os dois governos arrancou hoje, com uma agenda prévia que incluiu a visita de Costa e Sánchez à casa museu de José Saramago em Lanzarote, onde o Nobel da Literatura viveu a partir da década de 1990.
José Saramago, para os dois governos ibéricos, “é o símbolo dos fortes elos culturais” existentes entre Portugal e Espanha.
Entre os diferentes acordos que serão assinados em Lanzarote, o Governo português destaca precisamente o referente à programação cultural cruzada entre Portugal e Espanha, que será dedicada aos 50 anos da democracia. Um tema em que se pretenderá realçar o contributo dos agentes culturais portugueses e espanhóis nos processos de transição democrática dos dois países ibéricos em 1974 e 1975.
Segundo fontes dos dois executivos, serão assinados mais de uma dezena de memorandos nesta cimeira, em áreas relacionadas com a cultura, coesão territorial, educação, saúde, ciência ou ensino superior, entre outros.
Em relação às questões europeias, os dois governos destacam o alinhamento de Portugal em matérias como a governação económica ou energia, área em que se realça o “mecanismo ibérico” para limitar o preço do gás usado para produzir eletricidade e o projeto dos gasodutos para transportar hidrogénio entre a Península Ibérica e França (H2MED).
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