À entrada para a VII Convenção da IL, que decorre até domingo em Lisboa, João Cotrim Figueiredo foi questionado sobre o facto do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, ter confirmado que deu “anuência política” para saída da TAP de Alexandra Reis, acrescentando que foi informado “do valor final do acordo” entre as partes.
“Quando apresentámos a moção de censura no dia 05 de janeiro as pessoas acharam que estávamos a exagerar ao dizer que não era só uma questão de divergência política porque aquilo que o PS estava a fazer já era uma questão de saúde democrática de uma Governo que estava em desagregação. Quinze dias depois talvez as pessoas percebam melhor o que se está a passar”, respondeu.
Para o líder da IL, “não é o caso de Pedro Nuno Santos, que já saiu do Governo, e agora, com uma certa leviandade, diz que andou a ver mensagens e que agora é que se lembra de um pequeno pormenor de meio milhão de euros de indemnização que foi aprovada pelo Ministério das Infraestruturas”.
“Tudo o que se passa, incluindo aquilo que afeta o próprio primeiro-ministro, que não sabe o que se passa com um dos seus principais ministros e também não sabe o que se passava na Câmara de Lisboa”, apontou.
João Gomes Cravinho e Fernando Medina são, na análise de Cotrim Figueiredo, “dois ministros estão de facto fragilizados”.
“É um nível de desagregação num Governo que me custa a entender como é que as pessoas não somam dois e dois e dizem: este Governo, da forma como está, com as políticas erradas que aplica e neste estado de desagregação, cada dia que passa é um dia que prejudica Portugal”, afirmou.
O ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, confirmou na sexta-feira que deu “anuência política” para a saída da TAP de Alexandra Reis, acrescentando que foi informado “do valor final do acordo” entre as partes.
Num esclarecimento público, Pedro Nuno Santos explicou que, desde a sua demissão, em 28 de dezembro, reconstruiu a fita do tempo sobre a polémica saída da ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis da companhia aérea portuguesa, admitindo que sabia que a indemnização paga tinha sido de 500 mil euros.
“A importância de reconstruir esta fita do tempo foi reforçada com a audição da CEO da TAP no Parlamento e a explícita referência a uma anuência escrita por parte do secretário de Estado [das Infraestruturas], Hugo Mendes”, realçou o ex-ministro.
“Da análise complementar à comunicação informal, há efetivamente uma anuência política escrita por parte do secretário de Estado à CEO da TAP”, adiantou o socialista.
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