“As agências de viagens têm quebras de faturação muito acima de 75%, estando equiparadas aos bares e discotecas, embora não tenham sido impedidas de funcionar, mas enfrentaram diversos contratempos que impediram as pessoas de viajar”, começou por referir, num documento enviado à Lusa, a Associação de Sócios Gerentes das Agências de Viagens e Turismo (ASGAVT), lembrando que “desde março de 2020 que as agências lutam com o cancelamento de viagens e consequente gestão de reembolsos dos clientes e dos fornecedores, que envolveu prejuízos suportados e não recuperados”.
Neste sentido, a associação do setor turístico criada no ano passado propôs um conjunto de medidas para apoiar aquelas empresas, entre as quais a “conversão de todas as linhas de apoio à tesouraria das micro e pequenas empresas lançadas pelo Turismo de Portugal, no âmbito da covid-19, em incentivo não reembolsável”.
A associação defendeu ainda que parte da solução para ajudar o setor a ultrapassar a crise passa pela “criação de uma linha de crédito sem juros, com prazo alargado, para que as agências possam restituir o valor dos ‘vouchers’ que terão de ser liquidados a partir de 31 de dezembro de 2021”, bem como a “criação de um fundo de apoio ao investimento que não tenha como condição 20% de exportação”.
Na perspetiva da associação, as linhas de crédito atualmente disponíveis para o setor “favorecem os grandes grupos e os operadores” e consideram ainda que “a negociação foi feita nos bastidores” sem consultar “uma associação representativa do setor” com “massa crítica”.
A ASGAVT pretende também que “seja garantido pelo Turismo de Portugal todos os pagamentos que se comprovem efetuados pelas agências de viagens aos seus fornecedores e que venham futuramente a ter de ser reembolsados aos seus clientes, sem que as agências de viagens tenham sido reembolsadas pelos seus fornecedores”.
Já no caso dos sócios gerentes sem colaboradores, “não deve ser levado em conta a condição de recursos do agregado familiar”, defendeu, “sob pena das famílias não conseguirem cumprir com os seus compromissos”.
Assim, a associação defendeu que a “manutenção do mesmo modelo de apoio aos sócios que foi considerado em 2020, durante o ano 2021, sempre com base nas quebras de faturação”, bem como o “prolongamento do apoio à retoma até ao final de 2021, sempre com base nas quebras de faturação”, sendo que as quebras de faturação deverão continuar a ser medidas pelo mês homologo de 2019.
A ASGAVT propôs, ainda, a isenção da responsabilidade pessoal dos sócios gerentes sobre as coimas e juros no caso dos atrasos ocorridos no seu pagamento, desde abril de 2020 até janeiro de 2022, a prorrogação de todas as moratórias até setembro de 2022 e do programa Apoiar Rendas até ao final deste ano.
Por fim, a associação defendeu que deve ser criado um “modelo de descontos, onde o cliente final possa adquirir um produto nacional, seja ele, um alojamento ou uma experiência turística na sua agência de viagens”, por forma a beneficiar todos os intervenientes no setor turístico.
Comentários