“Nós entendemos que o Governo fez o que tinha de fazer, estabeleceu regras e sem criar grandes entraves às idas às praias. Estamos mais preocupados é com a disponibilidade dos nadadores-salvadores em trabalhar durante a época balnear e com os equipamentos de proteção individual”, disse à Lusa o presidente daquela federação, Alexandre Tadeia.
Em abril, o responsável já tinha alertado que faltavam cerca de 1.500 a 2.000 nadadores-salvadores para a próxima época balnear, porque os cursos deste ano foram suspensos com a declaração do estado de emergência.
Apesar de a situação se manter, Alexandre Tadeia adiantou que a federação já se reuniu com a secretaria de Estado da Defesa para “ver a possibilidade” de se implementar algumas das propostas feitas para incentivar os nadadores-salvadores, como benefícios fiscais, um regime especial de contratação ou uma alteração nos dispositivos de segurança, com redução do número de vigilantes.
“Já tivemos duas reuniões e vamos ter uma terceira. Temos a noção de que se elas não forem implementadas vamos ter muita dificuldade e vai ter impacto económico, porque depois os concessionários não podem estar abertos”, apontou.
Além disso, advertiu, se os concessionários tiverem dificuldades financeiras, também podem "não ter capacidade para fornecer os vários equipamentos de proteção individual".
“Cada vez que o equipamento for utilizado tem de ser colocado nos contaminados, não se pode voltar a utilizar. Temos de ter vários e são várias as ocorrências por dia numa praia ou piscina, por isso, esta é também uma preocupação”, frisou.
Ainda assim, o responsável adiantou que a secretaria de Estado está a avaliar “todas as propostas” e até já aprovou que “a componente teórica do curso fosse ensinada à distância”.
“Vamos tentar realizar mais cursos de nadador-salvador para tentarmos aumentar o número até à época balnear. Vamos tentar dar a componente teórica até ao final de maio para em junho arrancar a componente prática”, revelou.
Segundo o presidente, as restantes medidas devem ser conhecidas “até ao final da próxima semana”.
Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro, António Costa, apresentou hoje algumas das regras a aplicar na próxima época balnear, como 1,5 metros de distancia entre grupos, três metros de distância entre chapéus e toldos ou a interdição de atividades desportivas para duas ou mais pessoas (exceto náuticas).
Além disso, o líder do executivo afirmou que serão os próprios cidadãos a fiscalizar o cumprimento de regras como o distanciamento social nas praias.
Neste sentido, Alexandre Tadeia considerou que “provavelmente” os cidadãos vão respeitar as regras de distanciamento social, “como já respeitam no seu dia-a-dia”.
“As medidas são universais e julgo que as pessoas irão aceitar de igual forma como já as aceitam quando vão ao supermercado ou quando forem a um restaurante, no futuro. Temos de tomar consciência que este vírus não vai desaparecer e que são medidas com as quais vamos ter de conviver durante muitos meses, sem qualquer pânico”, afirmou.
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