Na véspera da reunião do governo em que serão decididas novas ações para conter a disseminação da covid-19, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) apela para que as medidas “não esqueçam as escolas nem os seus profissionais”.
No âmbito do plano de reforço da terceira dose da vacina contra a covid-19, a Fenprof pede ao Governo que volte a considerar os docentes “como grupo prioritário no processo de vacinação”.
Os professores e trabalhadores não docentes começaram a ser vacinados no final de março, tendo sido considerados como um dos grupos prioritários no processo de vacinação. O plano começou com os trabalhadores do pré-escolar e 1.º ciclo seguindo-se os restantes níveis de ensino até ao secundário.
Após vários estudos recomendarem uma dose de reforço da vacina, para compensar a perda de imunidade que se verifica ao longo do tempo, as autoridades de saúde nacionais avançaram com um novo plano de toma de uma terceira dose.
Atualmente, entre os grupos prioritários encontram-se as pessoas acima dos 65 anos, os profissionais de saúde, os trabalhadores e utentes de lares de idosos ou espaços semelhantes e bombeiros que tripulam ambulâncias.
Para a Fenprof, entre os grupos prioritários deveriam estar também os professores, porque lidam diariamente com centenas de crianças e jovens, que são os que apresentam atualmente níveis de transmissibilidade do vírus mais elevados.
Em comunicado, a Fenprof aponta ainda como medida que quer ver aprovada no Conselho de Ministros o “reforço das condições de segurança sanitária nas escolas, designadamente a utilização de máscara em todos os espaços, a medição da temperatura corporal e a garantia de distanciamento físico nas salas de aula”.
Em 1 de outubro, o uso de máscaras nos espaços escolares ao ar livre, como os recreios, deixou de ser obrigatório, mantendo-se, no entanto, a sua obrigatoriedade dentro das salas de aulas.
A terceira medida é a realização de testes a todos os profissionais que exercem atividade com turmas nas quais se identifiquem casos de covid-19, bem como testagem periódica da comunidade escolar.
Segundo a Fenprof, há professores com várias turmas que não estão a ser testados, “com a justificação de estarem vacinados”.
“Como sabemos, a vacina não evita o contágio e como os docentes lidam com muitas pessoas (alunos de várias turmas, colegas, trabalhadores não docentes das escolas, pais e encarregados de educação e, ainda, com os seus próprios familiares e amigos) é necessário que sejam considerados no âmbito das medidas a aprovar”, sublinha a federação.
Na reunião de Conselho de Ministros de quinta-feira, a Fenprof espera que haja também o anúncio de medidas destinadas ”às escolas e aos seus profissionais, tanto mais que os grupos etários em que os níveis de transmissibilidade se apresentam mais elevados são, precisamente, os das crianças e jovens em idade escolar”.
A federação representativa dos docentes recorda ainda que “praticamente em todo o país, há turmas em isolamento, com milhares de alunos a voltarem ao indesejável regime de ensino a distância, como medida de recurso”.
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