Camionistas de várias nacionalidades, incluindo portugueses, aguardam na estrada perto de Dover para cruzar o continente, depois de, na quarta-feira, a França ter aberto a fronteira com o Reino Unido, que esteve fechada por receio da nova estirpe do coronavírus encontrada em Inglaterra.
Milhares de camionistas, retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, formam uma longa fila na estrada principal que leva a Dover e muitos estão na pista de aviação local enquanto aguardam o teste da covid-19 para receber autorização para cruzar o Canal da Mancha.
As autoridades francesas exigem que os camionistas tenham um teste covid-19 negativo para entrar no seu território.
O ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, prometeu hoje que os ferries vão operar no Natal, o único dia do ano em que o Reino Unido não tem transporte.
Segundo o ministro, os bombeiros franceses vão colaborar nos testes rápidos do covid-19.
“Além de garantir a saída dos ferries no dia de Natal e no dia seguinte, contamos também com a grande cooperação dos bombeiros franceses”, que vão trabalhar com o pessoal da Saúde Pública britânica, escreveu o ministro dos Transportes, no Twitter.
Nesta época do ano, cerca de 10 mil camiões cruzam diariamente Dover e Calais (França) para transportar alimentos frescos e outras mercadorias para as férias.
Entretanto, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) estimou que as empresas podem sofrer perdas diretas superiores a três milhões de euros devido aos motoristas portugueses retidos no Reino Unido.
De acordo com as informações mais recentes recolhidas pela Antram junto dos seus associados, a circulação dos motoristas portugueses, retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, bloqueados após a identificação de uma nova estirpe do coronavírus, ainda não está a acontecer.
Entretanto, a comissária europeia dos Transportes criticou a França, na quarta-feira, por exigir um teste negativo à presença do SARS-CoV-2 aos camionistas presos à entrada do Canal da Mancha, que vai contra as recomendações da Comissão Europeia (CE).
“Lamento que França tenho ido contra as nossas recomendações e que nos tenha devolvido à situação em que estávamos em março, quando foram interrompidas as cadeias de fornecimento”, escreveu Adina Valean na rede social Twitter.
O tráfego de camiões entre o Reino Unido e França foi suspenso durante 48 horas na sequência do receio da estirpe do SARS-CoV-2 detetada em território britânico e que pode ser até 70% mais contagiosa.
A proliferação desta estirpe poderá significar mais medidas de restrição e confinamento, decisões que poderão atrasar ainda mais a recuperação económica das nações da União Europeia (UE).
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