A medida vai entrar em vigor dentro de uma semana, a 10 de julho para um grupo de países que as autoridades britânicas consideram representar um risco reduzido para a saúde pública no contexto da pandemia covid-19, disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps, num comunicado emitido hoje.
A inclusão de Portugal na lista tem estado em dúvida devido à identificação de vários surtos nas últimas semanas, de acordo com a imprensa britânica, mas o governo britânico não comentou oficialmente o caso português em específico.
O anúncio é importante para Portugal devido à importância dos turistas britânicos para a indústria nacional, que foi afetada fortemente pela pandemia covid-19.
"Hoje representa o próximo passo na reabertura cuidadosa de nossa grande nação. Seja um turista pronto para viajar para o estrangeiro ou uma empresa ansiosa por abrir as suas portas novamente, estas são boas notícias para o povo britânico e ótimas notícias para empresas britânicas”, vincou.
Porém, porque a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia sobre matéria de saúde, cabe aos respetivos governos determinar as medidas que pretendem aplicar.
"As Administrações Autónomas vão estabelecer a sua própria abordagem para isenções”, refere o comunicado.
O governo britânico tem estado sob intensa pressão do setor do turismo para levantar a quarentena de 14 dias em vigor desde 08 de junho para evitar a importação de casos de infeção com o coronavírus, seja para permitir a ida de férias de britânicos seja para facilitar a entrada de turistas estrangeiros no país.
Todas as pessoas que chegam ao Reino Unido do estrangeiro têm de ficar de preencher um formulário com informações sobre o local onde vai ficar em isolamento, ou arriscam uma multa de mil libras (1.100 euros).
A lista de países que vai ser publicada foi elaborada após uma “avaliação de risco” pelo Centro de Biosegurança Comum [Joint Biosecurity Center], em conjunto com a direção geral de saúde de Inglaterra [Pubic Health England] e teve em conta fatores como a prevalência de coronavírus, o número de novos casos e a trajetória potencial da doença.
A “expectativa" do governo britânico é que os países isentos de quarentena também não exijam um autoisolamento aos turistas britânicos que cheguem, mas não refere a necessidade de reciprocidade.
O governo da Grécia anunciou esta semana que iria manter a quarentena para pessoas que viajem do território britânico até 15 de julho, e outros países também têm medidas semelhantes em vigor.
Na semana passada, o governo tinha indicado que estava a negociar “corredores” com um número limitado de países, e que a lista seria ordenada grupos e codificada com as cores do semáforo, e que o verde e amarelo significariam isenção de quarentena, mas o vermelho não.
Porém, esta semana a comunicação britânica indicou que a estratégia tinha mudado, e que a lista vai abranger dezenas de países.
Apesar de já não serem obrigados a ficar em isolamento à chegada, todos as pessoas que viajarem para o Reino Unido vão continuar a ter de completar um formulário com informações, nomeadamente onde vão ficar alojadas nas semanas seguintes.
A medida vai ser acompanhada pelo levantamento pelo ministério dos Negócios Estrangeiros do conselho contra qualquer viagem ao estrangeiro desnecessária que se mantém desde meados de março para os países considerados de risco reduzido.
"Os países e territórios isentos serão mantidos sob constante revisão, para que, se os riscos à saúde aumentarem, as medidas de autoisolamento possam ser reintroduzidas para ajudar a impedir a propagação da doença em Inglaterra”, vinca o ministério dos Transportes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 517 mil mortos e infetou mais de 10,76 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
O Reino Unido registou até quinta-feira 43,995 mortes (em 283.757 casos de infeção) durante a pandemia covid-19, o maior número na Europa e o terceiro maior no mundo, atrás dos EUA e Brasil.
Portugal contabiliza pelo menos 1.587 mortos associados à covid-19 em 42.782 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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