"Estimamos um impacto muito forte, acima dos mil milhões de euros até ao final deste ano", referiu no final de um encontro com representantes das instituições bancárias sedeadas na Madeira.
Pedro Calado realçou o peso que o setor do Turismo tem na economia regional - representa cerca de 25% do PIB regional e é responsável, direta e indiretamente, pelo emprego de cerca de 20 mil pessoas - e que será um dos principais visados pela atual crise.
Segundo o governante, a região atravessa já um período de "grande abrandamento da economia", que deverá estender-se até junho, seguindo-se um período de recuperação mas que "será lento" até ao final do ano.
"Temos de estar todos preparados para que a nossa economia tenha um impacto muito negativo", frisou, lembrando que o Orçamento da Região para este ano é de 1,7 mil milhões de euros.
Nesse sentido, o Governo Regional decidiu reunir-se hoje com os representantes da banca para apelar que tenha em consideração "o momento difícil que a região está a viver".
Pedro Calado espera que seja possível estabelecer um moratória até setembro no cumprimento de contratos de empréstimos, quer à habitação, quer ao consumo, quer ao tecido empresarial.
"Também estamos a pedir o mesmo ao Governo da República no que diz respeito ao pagamento de retenções na fonte de IRS, do pagamento do IRC, no pagamento por conta, nas prestações do IVA e protelar, no tempo, o pagamento das prestações à Segurança Social", revelou.
Pedro Calado lembrou que o Governo Regional já tomou algumas medidas para mitigar as dificuldades das famílias e empresas nomeadamente a isenção do pagamento de água e de luz.
"Estamos a preparar a isenção do pagamento de rendas de tudo o que seja concessões do Governo Regional", adiantou, salientando que o executivo está a trabalhar "em todas as frentes para que a população sinta um grande apoio por parte de todas as instituições".
"Este contacto foi muito positivo, sentimos muita recetividade por parte das instituições financeiras que estiveram hoje presentes connosco", concluiu.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que os contabilizados na terça-feira. No entanto, este número baseia-se na confirmação de três casos positivos nos Açores, mas a Autoridade de Saúde Regional, contactada pela Lusa, sublinhou serem dois os casos positivos na região e adiantou estar em contactos para se corrigir a informação avançada pela DGS, baixando assim para 641.
O primeiro caso positivo de Covid-19 na Madeira foi detetado na noite de segunda-feira (16 de março) numa cidadã holandesa que entrou no território no dia 12 de março e se encontrava hospedada num hotel no Funchal.
De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica de Covid-19 em Portugal, divulgado hoje às 12:00, desde 01 de janeiro foram registados 5.067 casos suspeitos.
Segundo a DGS, há 351 (eram 323) casos a aguardar resultado laboratorial e três casos recuperados.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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