Com todas as camas em enfermaria ocupadas, o Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, transferiu mais quatro doentes covid-19 para o Norte do país. Fonte hospitalar confirmou ao SAPO24 que um doente seguiu para o hospital de Santo António e três foram encaminhados para o São João, ambos na cidade do Porto.
No início desta semana já tinham sido encaminhados dez doentes desta unidade hospitalar para o Norte. No dia 13, cinco já tinham ido para o Santo António e outros cinco para a Unidade Local de Saúde de Matosinhos.
Estas transferências inserem-se num conjunto de medidas adicionais que o Garcia de Orta tem vindo a adotar para para responder à “pressão assistencial” que se mantém elevada nesta unidade hospitalar.
Fonte do hospital explicou que a pressão assistencial se mantém, com as camas ocupadas iguais à lotação em enfermaria afetas à covid-19 — 146.
No total esta unidade está a seguir 167 doentes positivos por infeção por SARS-COV-2, dos quais 146 estão internados em enfermaria, 18 doentes em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e três em Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD).
O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica esta sexta-feira que estão internadas 4.560 pessoas, mais 192 do que na quinta-feira, das quais 622 em cuidados intensivos, ou seja, mais 11. Trata-se dos números de internamentos — em ambos os casos — mais elevados desde o início da pandemia, em março do ano passado.
O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), maior hospital do Norte, ainda mantém capacidade de receber utentes, tinha recebido até agora quatro doentes transferidos de Lisboa.
Portugal contabilizou hoje 159 mortes, um novo máximo de óbitos relacionados com a covid-19 em 24 horas, e 10.663 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a DGS. Desde o início da pandemia, Portugal já registou 8.643 mortes associadas à covid-19 e 528.469 infeções pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 125.861 casos, mais 4.046 do que na quinta-feira.
Taxa de ocupação de 221%
Na região de saúde região de Lisboa de Vale do Tejo, onde hoje se registaram os maiores aumentos de mortes e novos casos, o Garcia de Orta tem sido um dos hospitais com maior volume de doentes infetados por SARS-CoV-2, internados em enfermaria, afirma fonte desta unidade ao SAPO24.
"No universo dos hospitais daquela região, o HGO tem mantido uma taxa de esforço elevada e contínua, para prestar cuidados a doentes Covid-19".
O Garcia de Orta mantém-se no nível III do respetivo Plano de Contingência, apresentando esta sexta-feira uma taxa de ocupação de 221%, relativamente ao que previa o plano de contingência: 66 camas em enfermaria e nove de cuidados intensivos, destinadas a doentes positivos para SARS-CoV-2.
Porém, considerando a "enorme pressão assistencial", decorrente da elevada procura de doentes “Covid” e doentes “não Covid” que dura há várias semanas, "o Hospital Garcia de Orta tem vindo a realizar reafetações sistemáticas de circuitos e espaços", refere a mesma fonte.
"O elevado esforço e dedicação dos seus profissionais que têm sido o fator determinante para assegurar as soluções adequadas aos doentes servidos pelo HGO, apesar dos níveis de exaustão que revelam. Dentro das limitações atuais, o HGO continua a adotar medidas que permitam garantir a resposta a doentes Covid-19 e não Covid-19", acrescenta.
Estão para já a decorrer os trabalhos para que, no final de janeiro seja possível expandir a Área Dedicada ao Atendimento de Doentes Respiratórios (ADR) do Serviço de Urgência Geral.
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