“As pessoas têm que pensar que se isto arranca num galope, se há um agravamento brutal da situação, o que não desejamos, tudo o que tiver que ser decido, é decidido”, assegurou hoje Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita ao concelho de Aljezur, no Algarve, o Presidente da República fez questão de lembrar que “há graus progressivos de intervenção”, para travar a propagação de infeções pelo novo coronavírus.
“Já experimentámos um grau muito elevado, mas não foi o mais elevado, porque o confinamento não era obrigatório, mas o estado de emergência criava condições para esse confinamento total” recordou o Presidente, acrescentando que “todos querem evitar isso, porque tem consequências na vida das pessoas, consequências psicológicas, económicas, sociais”.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que existem indicadores que são muito importantes para a implementação de medidas restritivas, nomeadamente “o número de pessoas infetadas, os internados nos cuidados intensivos e, um muito mais grave, que é a subida do número de mortos”.
“Se o número de mortos disparar para várias dezenas por dia, aí teremos um problema grave que atravessa toda a sociedade portuguesa e nós queremos evitar que isso aconteça”, assegurou.
O Chefe de Estado apontou a existência de países com medidas muito mais graves, como o recolher obrigatório, a paragem da atividade económica, comercial e de serviços numa determinada hora do dia, ou como o confinamento que foi aplicado a determinadas freguesias de Lisboa”.
“Há vários graus e outras medidas, mas o que nós queremos é evitar que se chegue a um ponto desses, porque tem custos muito elevados. Ninguém quer que se vá até essas formas radicais, mas para isso é preciso que as pessoas façam um grande esforço para que as pequenas medidas sejam aplicadas”, alertou.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que o esforço deve ser de todos, ao aceitarem as medidas menos restritivas que são tomadas, "ao contrário de se estar constantemente a contestar, numa referência à eventual obrigatoriedade da utilização da aplicação informática "stayway covid", da redução nos ajuntamentos de pessoas ou de limitações em casamentos e batizados.
“Cada vez que se diz que é preciso tomar medidas e as pessoas dizem que esta não pode ser, a outra também não e, quando se raciocina assim, está-se numa posição que pode ter um risco muito grande”, concluiu.
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