A decisão de encerrar a Mata foi tomada na quinta-feira, durante uma reunião entre António Gravato e o secretário de Estado da Conservação Florestal e Ordenamento do Território, João Paulo Catarino.
Para a decisão pesou o decreto de Estado de Emergência assinado pelo Presidente da República e a necessidade de "apertar as medidas" de prevenção para conter a propagação da pandemia Covid-19.
A eventual reabertura será avaliada dentro de 15 dias, mas a monitorização da Mata é feita diariamente, revela António Gravato.
"A Mata não está abandonada. Temos em permanência brigadas de vigilância dentro da Mata, mantendo a segurança em respeito absoluto das orientações da Direção Geral da Saúde", garante.
A única exceção ao isolamento da Mata é a entrada, pela Porta da Rainha, de pessoal do Palace Hotel do Bussaco, que continua a funcionar, também em serviços mínimos. Na quinta-feira, a unidade hoteleira tinha apenas dois hóspedes.
António Gravato lembra que a Mata tem sido afetada, nos últimos anos, por um conjunto de tempestades e depressões, fruto das alterações climáticas, nomeadamente o ciclone Gong e as tempestades Leslie, Elsa, Fabien e Gloria, que provocaram elevados prejuízos e levaram ao encerramento temporário.
"Iremos conseguir, também agora, ultrapassar este difícil momento, para dentro em breve nos concentrarmos e focarmos no conjunto de iniciativas que estamos a prosseguir no foco/’target’ de classificar e ver reconhecido o Bussaco como Património Mundial da UNESCO", acrescenta Gravato.
Só em 2019, mais de 250 mil pessoas visitaram a Mata do Bussaco, apesar dos estragos provocados pelo mau tempo.
Com 105 hectares, a Mata Nacional do Buçaco foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no século XVII, encontrando-se delimitada pelos muros erguidos pela ordem para limitar o acesso.
Para além da Mata centenária, o conjunto patrimonial do Bussaco, que foi declarado monumento nacional em 2017, apresenta um núcleo central formado pelo Palace Hotel do Bussaco (instalado desde 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal) e pelo Convento de Santa Cruz, a que se juntam as ermidas de habitação, as capelas de devoção e os Passos que compõem a Via-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco.
Os cruzeiros, as fontes (com destaque para a Fonte Fria com a sua monumental escadaria) e as cisternas, os miradouros e as casas florestais, compõem o vasto conjunto do património.
Portugal encontra-se em estado de emergência e, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), o número de casos confirmados na quinta-feira era de 785. O número de mortos no país subiu para quatro.
Comentários