“Temos vindo a acompanhar o que se tem vindo a passar nos países aliados da NATO e na União Europeia e o que verificamos é que as nossas Forças Armadas têm um envolvimento muito superior àquilo que é a realidade na maior parte dos países amigos e parceiros”, apontou João Gomes Cravinho.
O governante falava aos jornalistas no fim de uma visita ao Centro de Coordenação de Resposta Militar para a Covid-19, na Base Naval de Lisboa, em Almada, no distrito de Setúbal, onde destacou que a “capacidade de adaptação é uma marca de qualidade das Forças Armadas”.
"Em relação ao que se passou até agora, o que posso notar com grande satisfação é a capacidade das Forças Armadas para se adaptarem muito rapidamente, de forma sistemática e planeada a uma situação inteiramente inopinada, que ninguém estava a esperar”, frisou.
Os militares portugueses têm dado apoio à sociedade em várias vertentes, como distribuição de alimentos, na criação de centros de acolhimento temporários ou na desinfeção de escolas e lares, o que tem sido feito “de uma forma extremamente eficaz", segundo o ministro.
No entanto, indicou, ainda não é possível fazer um balanço de todas estas iniciativas porque “há muita coisa em continuidade”.
Em relação ao trabalho efetuado pela Marinha Portuguesa e pela Base Naval de Lisboa, em particular, João Gomes Cravinho destacou a criação do protótipo de um ventilador de baixo custo que “não tinha sido pensado” anteriormente à pandemia, mas que, tendo em conta as necessidades do país, começou a ser desenvolvido “de imediato”.
Além disso, o ministro adiantou que ainda não houve necessidade de acolher nenhum cidadão no centro temporário que foi instalado na base naval, em abril, com 350 camas.
“Em relação a doentes não tem sido necessário. As camas estão prontas e nunca se sabe quando pode haver uma necessidade e a prontidão é imediata para receber doentes. Mas já acolheram profissionais de saúde do Hospital Garcia de Orta, que podem dormir aqui e dessa forma protegem os seus próprios familiares, na medida em que estão mais expostos à doença e não querem levar esse risco para as suas casas”, explicou.
O governante também aproveitou hoje para visitar o Centro de Operações Marítimas da Base Naval de Lisboa, onde comunicou em direto com os navios portugueses que se encontram em missão nos Açores, na Madeira e em São Tomé e Príncipe, em África.
“É muito importante recordar que enquanto isto tudo está a acontecer [pandemia da covid-19] as missões de sempre continuam. A defesa das nossas águas, a vigilância, as missões de busca e salvamento têm continuado e a esse respeito também a Marinha e a Força Aérea têm sido exímios, têm respondido de uma forma absolutamente perfeita”, frisou.
Portugal contabiliza 1.089 mortos associados à covid-19 em 26.182 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 15 mortos (+1,4%) e mais 480 casos de infeção (+1,9%).
Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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