Marcado para os dias 16, 17 e 18 de junho, o NOS Primavera Sound, organizado no Parque da Cidade, no Porto, foi adiado para os dias 3, 4 e 5 de setembro.
"Atendendo ao estado de emergência resultado do surto do novo coronavírus - Covid-19, o mundo tal como o conhecemos foi aos poucos tomando um novo rumo. Perante este cenário tão diferente e face às restrições impostas pelas autoridades à celebração de eventos públicos e à livre circulação de pessoas – em muitos casos dificultando a participação dos artistas anunciados -, vemo-nos forçados a adiar a próxima edição do NOS Primavera Sound, por motivos de força maior, em plena coordenação com a Câmara Municipal do Porto, que se tem suplantado para nos apoiar", lê-se num comunicado da organização.
Por estes motivos, a organização confirma que o NOS Primavera Sound 2020 acontecerá de 3 a 5 de setembro.
"Sentimo-nos na obrigação e responsabilidade de contribuir o melhor possível para a sobrevivência da indústria dos espetáculos ao vivo, cujo papel será crucial para regressarmos à normalidade depois desta situação inédita. A todos, agradecemos o esforço e a dedicação", continua a nota.
A organização indica ainda que "os bilhetes adquiridos para o NOS Primavera Sound 2020 são válidos para as referidas datas". "Quando ultrapassarmos o estado de emergência e todas as suas prorrogações iremos partilhar mais informações e retomar a venda de bilhetes", completa o comunicado.
Esta medida ocorre depois do seu "evento irmão", o Primavera Sound, organizado no Parc Del Fòrum em Barcelona, em Espanha, ter também sido adiado da sua data original — dias 3 a 7 de junho — para os dias 26 a 30 de agosto.
Previamente, a Ritmos, promotora responsável pela organização do NOS Primavera Sound — e também do Vodafone Paredes de Coura — disse estar a "acompanhar a evolução da situação", mas que ia tomar "as medidas de segurança necessárias, de acordo com as orientações da Direção Geral de Saúde" em caso de agravamento da pandemia.
O Primavera Sound torna-se assim no primeiro grande festival de verão, português, a anunciar alterações à programação, depois de vários já terem emitido comunicados a referir que estariam a analisar a situação causada pelas limitações para combate à pandemia da covid-19.
O Rock in Rio Lisboa, por exemplo, previsto para 20, 21, 27 e 28 de junho, publicou um comunicado na semana passada, a assegurar que iria “aguardar o fim do estado de emergência para tomar qualquer decisão”, apesar de a artista Camila Cabello, uma das já confirmadas para o cartaz do evento, estar entre os muitos músicos que se viram obrigados a adiar ou cancelar digressões.
O estado de emergência está em vigor desde 19 de março até 02 de abril, mas vários responsáveis políticos já reconheceram que deverá ser prolongado por mais duas semanas.
Na semana passada, o North Music Festival, previsto para 22 e 23 de maio, no Porto, disse continuar “a avaliar constantemente a situação e equaciona neste momento todos os cenários possíveis”.
Já a edição deste ano do Festival Músicas do Mundo (FMM), previsto entre 18 e 25 de julho, em Sines, distrito de Setúbal, foi cancelada por não estarem garantidas as condições sanitárias e logísticas, devido à covid-19.
Em Idanha-a-Nova, o festival bienal Boom, com datas entre 28 de julho e 04 de agosto, emitiu um comunicado há algumas semanas, no qual indicava que manteria a edição deste ano como programado, colocando apenas a hipótese de o “Boom não acontecer se as autoridades de saúde portuguesas o decretarem ou a situação global se deteriorar profundamente”.
No entanto, a organização do festival já preveniu os participantes de que, caso haja alterações, o evento passará para o verão de 2021.
Mais a Norte, o Barroselas Metalfest, que iria acontecer entre 29 de abril e 02 de maio, passou para a mesma data, mas em 2021.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).
Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
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