“O atual presidente de câmara [e candidato independente nas eleições autárquicas de setembro] esteve no lançamento dos foguetes, mas quando foi para apanhar as canas deixou isso com os restantes parceiros do projeto. O que inspira muito pouca confiança a quem quer implementar projetos no Porto, no futuro”, acusou Vladimiro Feliz.
O candidato social-democrata, que falava numa conferência de imprensa ao final da manhã, considera que, havendo condições de segurança para manter aberto o centro de vacinação no Queimódromo do Porto, este deve manter-se, mas é necessário, sublinhou, retirar lições.
“Espero que isto seja também uma lição aprendida para não cairmos mais uma vez em experimentalismos, em tentações propagandísticas, mas em soluções sólidas, consistentes e que sejam acompanhadas dia-a-dia no terreno por todos aqueles que estão envolvidos e todos aqueles que deram a cara pelo projeto, o que não aconteceu”, observou.
Para Vladimiro Feliz, o que aconteceu no centro de vacinação no Queimódromo foi “uma grave falha técnica”, reveladora do “experimentalismo, incompetência, má gestão, ineficácia e incapacidade de implementação” de Rui Moreira.
“Tudo começa com a normal ação de propaganda, querendo aparecer na fotografia, na primeira fila, criando falsas expectativas aos portuenses, apenas com um interesse de promoção da sua imagem pessoal”, acusou.
No período pandémico, referiu, “são vários e inaceitáveis os falhanços” do atual presidente da câmara, decorrentes da sua "adição pelo experimentalismo e da sua obsessão pela propaganda, em detrimento do planeamento, da capacidade de gerir operações e entregar resultados”.
São disso exemplo, disse, o Hospital de Campanha, no Super Bock Arena/Pavilhão Rosa Mota, que “sendo um bom princípio, na prática de nada serviu”, a passividade da Final da Champions e festejos descontrolados no Centro do Porto, ou o “atraso” comparativo com outros concelhos, relativamente às condições de organização e ordem dos espaços dos centros de vacinação.
“O atual presidente da câmara não consegue gerir um projeto estruturado, de princípio ao fim, seguindo regras básicas de gestão. Não lidera, não coordena, não assegura a implementação, não faz o seguimento, não monitoriza os dados, não consegue trabalhar de forma diária, presencial e colaborativa com os outros intervenientes. Quando surgem os problemas, desresponsabiliza-se. Quando aparece, vem muito tarde e a descartar-se de todo o processo”, assinalou.
Em cada situação, acrescentou, “a comunicação formal” do autarca repete os mesmos argumentos, apontando culpas aos funcionários, ou aos parceiros, ou ao centralismo.
“O atual presidente da câmara mostrou, mais uma vez, que considera a propaganda inicial o momento do projeto, o seu momento, falhando repetidamente na execução prática e passando culpas sempre que algo corre mal. Após mais esta falha, exige-se menos propaganda e experimentalismo, mais responsabilidade e capacidade de entrega do presidente da câmara, à cidade do Porto”, rematou o social-democrata.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, lamentou, na quinta-feira, que a suspensão da vacinação no Queimódromo sirva para “chicana política” e como pressão para a não reabertura daquela infraestrutura, defendendo a importância daquele centro para a população.
“O que nos custa a nós é que por causa da chicana política esteja o senhor deputado Barbosa Ribeiro a não abrir o centro [de vacinação no Queimódromo], porque essa é que é a questão. E se é esse o trunfo, eu não jogo com esses trunfos”, declarou em resposta às críticas do candidato do PS à Câmara do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, que acusou o presidente da autarquia de “passar culpas”, exigindo o apuramento de responsabilidades.
Também na quinta-feira, e numa publicação na rede social Facebook, o presidente da Distrital do Porto do PS e vereador sem pelouro da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, considerou “incompreensível” e até “pouco responsável” as declarações de Rui Moreira, sublinhando que as mesmas só se compreendem em contexto de campanha eleitoral.
Na quarta-feira, em comunicado, a ‘task-force’ anunciou que o centro de vacinação do Queimódromo, onde, na semana passada, a vacinação foi suspensa devido a problemas de refrigeração, só reabre depois de apuradas as causas do problema e do atraso na participação da ocorrência.
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