“Este é um ano em que tudo acontece e em que o fim de ano já estava muito condicionado quer pelas regras que se observa um pouco por toda a Europa, que são os nossos principais mercados emissores [de turistas para o Algarve], mas também no mercado nacional. E esta é mais uma adversidade, que obviamente também tem efeitos na região, que é a principal porta de entrada de britânicos no território nacional”, afirmou João Fernandes à agência Lusa.
O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA) reagiu assim à decisão anunciada no domingo pelo Governo português de impor restrições à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, autorizando apenas a entrada de cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal, mediante apresentação de teste laboratorial negativo de despiste da covid-19.
“Tínhamos previsto cerca de 40 voos comerciais - para além dos aviões a jato que chegam com alguma regularidade ao aeroporto de Faro - para o exercício desta semana, entre segunda-feira a domingo”, quantificou o presidente da RTA ao referir-se ao impacto que a decisão do Governo português vai ter na principal porta de entrada de turistas britânicos em Portugal.
João Fernandes reconheceu que a região vai “assistir a alguns cancelamentos” desses voos, mas considerou que “o grande exercício que o Algarve tem agora pela frente é chegar à Páscoa como um destino seguro” no que respeita à pandemia de covid-19.
“Obviamente, é muito importante acautelarmos todas as questões nesta matéria. Não terá sido por acaso que todos os países europeus estão a observar restrições muito semelhantes àquelas que o Governo português também apresentou”, acrescentou.
Questionado sobre se até mesmo a retoma a partir da Páscoa pode estar em causa, João Fernandes respondeu que “é precoce” fazer essa previsão “quando os especialistas e epidemiologistas ainda revelam muito desconhecimento sobre esta nova estirpe” do novo coronavírus (SARS-Cov-2), que foi detetada no sul de Inglaterra e levou vários países a restringir as ligações aéreas provenientes do Reino Unido.
Há também “especialistas a dizer que, mantendo o vírus a mesma estrutura, as vacinas que estão em marcha serão eficazes” e “tudo ainda é uma incógnita” que torna “impossível nesta fase avançar com esse tipo de exercícios de previsão”, argumentou João Fernandes.
Os ministérios da Administração Interna e da Saúde anunciaram no domingo que o Governo decretou restrições à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, que passa a ser permitida apenas a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal.
A restrição teve início às 00:00 de hoje e foi decretada na sequência da evolução epidemiológica no Reino Unido, onde foi identificada uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, estando os cidadãos portugueses e legalmente residente no país obrigados a apresentar um teste laboratorial de rastreio negativo ao SARS-Cov-2.
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