Um desertor norte-coreano, que vivia na Coreia do Sul, foi detido após bater com um autocarro roubado na barreira de proteção de uma ponte perto da fronteira, fortemente, militarizada, numa tentativa frustrada de voltar à Coreia do Norte, avança o The Guardian.

Segundo as autoridades provinciais sul-coreanas, o homem, que fugiu para o Sul em 2011, ignorou os avisos dos militares para parar, enquanto tentava, na passada terça-feira, atravessar a Ponte Tongil, em Paju, a sul da Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias.

“Ele vive em condições económicas difíceis como trabalhador da construção civil e sente falta da família que ainda está no Norte”, disse um investigador à AFP, explicando os motivos do homem para tentar a travessia.

As autoridades estão a considerar acusar o homem, com cerca de 30 anos, de roubo e violação da leis de segurança nacional da Coreia do Sul.

As travessias do Sul para o Norte são raras, uma vez que é mais comum acontecer no sentido contrário.

Mais de 34.000 norte-coreanos desertaram para o Sul desde a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953. A maioria fê-lo através da China, para escapar da pobreza e da opressão em casa, de acordo com o Ministério da Unificação de Seul.

Em 2022, o ministério, que lida com assuntos transfronteiriços e fornece apoio de reassentamento para desertores, disse que cerca de 30 desertores voltaram ao Norte desde 2012. No entanto, muitos ativistas afirmam que o número é bem maior.

A relação entre os dois países está num dos pontos mais baixos em que alguma vez esteve, com a Coreia do Norte a intensificar os testes de armas e bombas, além de atacar a Coreia do Sul com balões de lixo. Por sua vez, o Sul suspendeu um acordo militar e retomou as transmissões de propaganda como resposta.