“A DHL Supply Chain reitera que os resultados dos testes realizados mostram que o número de infeções por covid-19 é inferior a 5% da força de trabalho naquele local, não existindo novos casos a reportar”, refere a empresa numa nota enviada às redações.
Hoje, o Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços exigiu que a empresa faça testes de despiste da covid-19 a todos os trabalhadores e que divulgue os resultados.
Em declarações à agência Lusa, Ricardo Mendes, do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), adiantou que os trabalhadores estão a cumprir uma greve parcial desde segunda-feira, que vai prolongar-se até sexta-feira, para exigir testes para todos e a divulgação dos resultados, um plano de contingência abrangente para a covid-19, o direito à pausa e um aumento salarial.
De acordo com o comunicado da DHL Supply Chain, a empresa refere que, no passado dia 17 de Junho, "após ter finalmente na sua posse os resultados dos testes" realizados a todos os seus colaboradores na operação do armazém Plaza 1 na Azambuja, confirmava que os resultados dos testes mostravam que o número de infeções era inferior a 5%.
A empresa refere ainda que continua a trabalhar “em estreita colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS) para detetar e deter possíveis cadeias de infeção”.
“Para proteger os nossos colaboradores, tomámos as precauções preventivas possíveis em todas as áreas, com base nas recomendações de saúde. Atualmente, as nossas operações no armazém da Azambuja prosseguem sem interrupção”, refere ainda a nota.
Segundo Ricardo Mendes, no primeiro dia de greve, foi atendida pela empresa uma das revindicações, a da pausa de 15 minutos para descansar ou para fazer pequenas refeições, mas as outras ainda não tiveram resposta.
De acordo com Ricardo Mendes, a greve é direcionada à DHL Supply Chain, onde no início do mês foram detetados casos de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença da covid-19.
“Começámos por ter um, dois casos positivos e de repente já eram dezenas. A última informação que tivemos há uma semana dava conta de cerca de 20, mas não sabemos porque, entretanto, deixaram de aparecer os resultados dos testes e nós estamos apreensivos que possa haver mais casos”, disse.
De acordo com Ricardo Mendes, os casos positivos são jovens que estão assintomáticos e em quarentena em casa.
“O que nós queremos é que todos os trabalhadores sejam testados, inclusive os que vêm por agências de trabalho temporário, e os que com eles tiveram contacto para que não aconteça o que aconteceu com a SONAE Modelo e Continente, onde foram detetados dezenas de casos”, referiu.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores que já foram testados não sabem o resultado.
Outra das reivindicações é a implementação pela empresa, que tem cerca de 500 trabalhadores, de um plano de contingência abrangente.
Ricardo Mendes lembrou que o trabalho naquele tipo de armazéns de logística obriga muitas vezes a ajuntamentos.
Os trabalhadores reivindicam também, segundo o sindicato, um aumento salarial de 90 euros e a progressão na carreira.
O armazém da DHL Suplly Chain situa-se na área Plaza 1 da Plataforma Logística de Azambuja, onde se estão, igualmente, os armazéns da Fashion Division e Maxmat, empresas que integram o grupo Sonae e para as quais os trabalhadores da DHL também prestam serviço.
Portugal contabiliza pelo menos 1.543 mortos associados à covid-19 em 40.104 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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