O cantor Diogo Piçarra desistiu hoje da participação no Festival da Canção, informou o músico na sua página oficial no Facebook, após acusações de plágio, que já desmentiu.
"A toda esta família, informo que decidi terminar a minha participação no Festival da Canção", escreveu o músico português, numa mensagem publicada às 21:00, naquela rede social.
A decisão acontece um dia depois de a sua "Canção do Fim", apurada para a final do Festival, ter sido dada como plágio de um tema religioso da Igreja Universal do Reino de Deus, numa comparação que adquiriu dimensão viral nas redes sociais.
"A minha posição mantém-se em relação à minha música, a consciência tranquila e cabeça erguida. Mas não pretendo alimentar mais esta nuvem. Tudo isto que se criou em torno da minha participação já não é Música", escreveu hoje o músico, depois de ter rejeitado qualquer ideia de plágio, num comunicado divulgado na segunda-feira.
Na mensagem hoje publicada afirma "o orgulho que poderia ser representar" o seu "país num concurso como a Eurovisão, mas já não faz sentido nenhum sequer tentar ganhar essa oportunidade".
"A minha carreira e vida não dependem disto", prossegue. "Só depende de vocês e, nesse sentido, sei que estarei para sempre bem acompanhado", escreveu, sublinhando em maiúsculas a expressão "para sempre".
Na mensagem de hoje divulgada pelas redes sociais e entretanto distribuída pela sua editora discográfica, a Universal, Piçarra agradece ainda "todo o apoio e carinho" que recebeu "nas últimas 24 horas de colegas de profissão, amigos, família e fãs", e diz esperar que "saia do Festival da Canção o próximo vencedor da Eurovisão 2018".
"Estarei aqui, como todos os portugueses, a aplaudir de pé", escreve o músico, na conclusão da sua mensagem de desistência.
Na segunda-feira, Diogo Piçarra rejeitara qualquer ideia de plágio de "Canção do Fim".
"Nunca participaria num concurso nacional com a consciência de que estava a plagiar uma música da Igreja Universal. Teria agarrado na guitarra e feito outra coisa qualquer", afirmou, num comunicado divulgado pela Universal Music.
“Canção do fim” tinha passado à final do Festival da Canção com a pontuação máxima, tanto do júri como do público.
Segundo o músico, a ideia da canção surgira-lhe em 2016, a par de outras que acabaram incluídas no mais recente álbum, “do=s”.
"Desconhecia por completo o tema [da Igreja Universal] e continuarei a defender a minha música, por acreditar que foi criada sem segundas intenções", explicou Piçarra, dizendo estar de "consciência tranquila".
"Mantive-a guardada por achar algo especial, no entanto, a sua simplicidade e a sua progressão de acordes não é algo que não tenha sido inventado, tal como tudo na música. E é engraçado como a vida tem destas coisas, coincidência divina ou não, e perceber que a Internet é o verdadeiro juiz dos tempos modernos. Aclama mas também destrói", afirmava, no comunicado de segunda-feira.
A RTP, que organiza o concurso, divulgou entretanto um comunicado em que afirma compreender e respeitar a decisão do compositor e intérprete de "Canção do Fim" de se afastar desta edição do festival.
"Independentemente dos argumentos e questões colocadas sobre o tema, a RTP não duvidou em momento nenhum da integridade do artista, cuja carreira já fala por si", escreveu a televisão pública.
Com o afastamento de Diogo Piçarra, passou à final a canção “Mensageira”, composta por Aline Frazão e interpretada por Susana Travassos, de acordo com o regulamento, divulgou a RTP.
A final do Festival da Canção realiza-se no domingo, no Pavilhão Multiusos de Guimarães, e será transmitida em direto na RTP1, RTP Internacional e RTP Play.
O vencedor do Festival da Canção irá participar em maio no Festival da Eurovisão da Canção, que este ano se realiza em Lisboa.
Em 2017, Salvador Sobral venceu o Festival da Eurovisão da Canção com o tema "Amar pelos dois", composto por Luísa Sobral.
[Notícia atualizada às 22:36]
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