“Doze partidos membros do PPE de nove países pediram a exclusão ou a suspensão do Fidesz [União Cívica Húngara]. É a questão que será discutida no decurso da assembleia política de 20 de março. A decisão pertence a todos os membros do PPE e não posso antecipar qual será o desfecho da discussão”, referiu em declarações à agência noticiosa AFP o presidente do PPE, Joseph Daul.
O PPE é o grupo mais importante do PE e a família política dominante no Conselho europeu com a chanceler Ângela Merkel.
Na sexta-feira, pelo menos oito forças políticas do PPE, incluindo o português CDS-PP, tinham já pedido a suspensão ou expulsão do Fidesz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, daquela família política, também integrada pelo Partido Social Democrata (PSD) de Rui Rio.
Os apelos para discutir a permanência do Fidesz, um partido nacional-conservador populista de direita que governa a Hungria desde 2010, surgem a quase três meses das eleições europeias de maio.
As relações entre o Fidesz, que tem assumido posições políticas qualificadas como extremistas, nacionalistas, eurocéticas e anti-imigração, e os restantes dos membros do PPE (que agrupa partidos de direita e de centro-direita europeus) têm vindo a deteriorar-se nos últimos anos.
“Todas as opções estão em cima da mesa. Estamos atualmente em vias de falar sobre isso no seio do PPE”, tinha admitido no sábado, em entrevista à publicação alemã Der Spiegel, Manfred Weber, candidato do PPE a presidente da Comissão Europeia.
"Com as suas declarações e a sua campanha, Viktor Orban prejudicou consideravelmente o PPE. É por essa razão que espero que ele peça desculpas e pare com essa ação", referiu Weber, membro da União Social Cristã (CSU), o aliado bávaro da União Democrata Cristã (CDU), de Angela Merkel.
Manfred Weber votou, em setembro passado, no Parlamento Europeu a favor da instauração de um procedimento disciplinar à Hungria por violação grave dos valores europeus por parte do governo de Viktor Órban, nomeadamente em matérias como a das migrações e o Estado de direito.
Na altura, os portugueses CDS-PP e PSD também votaram favoravelmente.
"Em breve, tomaremos ações concretas", precisou Weber à Der Spiegel.
Para desencadear um procedimento de expulsão de um partido do PPE, é necessário que sete formações políticas de pelo menos cinco países o solicitem formalmente.
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