O Governo prometeu 2.500 novas camas no ano passado, mas só foram criadas cerca de 300 novas vagas em residências estudantis para alojar alunos do ensino superior, noticia esta sexta-feira o jornal Público.
No ano passado, o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), apresentado pelo Governo, previa que fossem criadas 2.500 camas em residências estudantis para o ano letivo 2020/2021. O Público questionou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) se as 2.500 camas prometidas para o novo ano letivo, que agora começa, tinham efetivamente sido criadas, mas não obteve uma resposta.
Mesmo assim, fazendo as contas à oferta disponível, as novas vagas disponíveis não chegam às 300 — a maioria resultante de acordos com autarquias ou entidades privadas.
O balanço é feito uma instituição de cada vez, sendo depois validado pela Direcção-Geral de Ensino Superior, mas a atenção destes serviços está, neste momento, virada para avaliar as colocações do concurso nacional de acesso cujo resultado é anunciado este domingo, dia 27 de setembro.
Esta segunda-feira, quando a tutela anunciou a criação de 4.500 lugares para estudantes em hostels e pousadas, o Ministério anunciou a existência de 18.455 camas disponíveis para os alunos, o que constitui mais 16% do que no ano passado.
É a maior oferta dos últimos anos no alojamento estudantil. No entanto, das 18.455 camas é necessário retirar as 4.500 agora anunciadas e as 2.818 que têm que ser subtraídas para cumprir as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que implicam uma distância lateral mínima de dois metros entre camas nos quartos das residências universitárias.
Contas feitas, o ganho em relação ao ano passado é de apenas 208 camas.
A estas 208 camas juntam-se investimentos pontuais: o Politécnico de Coimbra inaugurou uma residência para 26 estudantes, esta semana; uma parceria da Universidade do Porto criou 35 camas na antiga Messe de Sargentos do Exército.
Ao todo, o número de novas vagas para alojamento estudantil não chega às 300.
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