“O ano de 2024 apresenta (…) um dispositivo estável e robusto e vale não tanto pelo acréscimo quantitativo, mas sobretudo qualitativo, derivado das ações de formação e treino que desde o ano transato levámos a cabo”, afirmou Duarte da Costa, em Ourém (Santarém).
Na apresentação do DECIR para este ano, o presidente da ANEPC destacou que este “é um esforço coletivo dos operacionais” que o integram, mas também de todos os cidadãos, pois todos, “no âmbito de uma cidadania ativa”, são, “verdadeiramente, agentes de proteção civil”.
Duarte da Costa adiantou que “os fatores críticos de sucesso deste sistema são prevenção e campanhas de sensibilização”, frisando que “a campanha dos incêndios não se vence no combate, mas na prevenção”.
A este propósito enumerou a “monitorização permanente das avaliações de risco e seu impacto no território, pré-posicionamento e mobilização preventiva de meios e recursos” e a “deteção precoce, o mais precoce possível, sustentada numa cada vez mais alargada abordagem colaborativa de vigilância e de todas as capacidades técnicas de vigilância”.
A isto soma-se a “procura permanente de eficácia e eficiência na gestão da informação e dos sistemas de apoio à decisão, unidade de comando e direção e controlo, aliados a uma unidade de esforço direcionada para a supressão, cada vez mais precoce”, assim como o “despacho imediato e musculado de todos os meios de combate”.
Quanto aos “objetivos a alcançar, que são verdadeiros indicadores da avaliação de performance”, Duarte da Costa apontou que “serão sempre a segurança da vida humana, a integridade dos operacionais, a salvaguarda do ambiente e da vida animal, e a proteção do nosso património”.
Antes, o presidente da ANEPC referiu que este dispositivo “é talvez um dos mais notáveis exemplos de cultura colaborativa em Portugal”, em que “pessoas e entidades dos mais diversos setores de intervenção mobilizam, num enorme esforço conjunto e simultâneo, um variado e robusto sistema de capacidades de combate a incêndios rurais e coloca-os sob a responsabilidade” da ANEPC, “para responder a um dos maiores desafios” que “o país todos os anos enfrenta”.
De acordo com Duarte da Costa, o dispositivo “resulta da promoção de uma rigorosa análise dos processos associados à resposta a situações de emergência”, que desencadeou a remodelação de um sistema que “continua assente em três cadeias de valor essenciais”.
Estes são “uma maior e mais rápida capacidade de previsão e apoio à decisão, um melhor sistema de comunicação e coordenação e uma rede de capacidades operacionais de resposta mais rápida e com maior flexibilidade”, explicou.
Na sessão, foram entregues as primeiras 10 viaturas, de um total de 81 veículos florestais de combate a incêndios e veículos tanques tático-florestais, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. As restantes serão entregues até 31 de outubro.
“Há 12 anos que não se fazia uma entrega desta tipologia de veículos aos bombeiros”, declarou, destacando a importância de dotar as corporações de “maior capacidade”.
Os operacionais envolvidos no combate aos incêndios rurais vão aumentar ligeiramente este ano, estando previstos para os meses considerados mais críticos 14.155 elementos, mas o dispositivo vai contar com menos dois meios aéreos, segundo a diretiva operacional nacional, que estabelece o DECIR.
Segundo a ANEPC, o dispositivo terrestre contará com 14.155 elementos e 3.173 viaturas durante o período de maior empenhamento de meios, entre 01 de julho e 30 de setembro, denominado ‘nível Delta’
O mesmo acontece com as viaturas disponíveis, que aumentam em 183, passando dos 2.990 veículos para os 3.173.
A época considerada mais crítica em incêndios rurais vai contar este ano com 70 meios aéreos, menos dois do que em 2023.
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