Os três jovens, com idades entre os 24 e os 28 anos, residentes no norte do país, são acusados pelo Ministério Público de um crime de violação, agravado para os dois amigos do DJ, refere o MP, no despacho da acusação a que a agência Lusa teve acesso.
O alegado crime terá ocorrido numa noite em que o DJ atuava numa discoteca da cidade, na qual a vítima era promotora, conhecendo-se mutuamente, mas sem terem “qualquer relação próxima”, refere o Ministério Público (MP).
Já de madrugada, e depois de ter ingerido bebidas alcoólicas em excesso, a vítima decidiu abandonar a discoteca por volta das 06:30, perguntando a um dos seguranças do estabelecimento se a poderia levar para casa.
Depois de o segurança dizer que não poderia, acabou por aceitar a boleia oferecida pelo DJ e os seus dois amigos.
Sendo todos do norte, um dos arguidos perguntou à vítima se poderiam descansar um pouco na sua casa, ao que esta aceitou, com a condição de ficarem pela sala da habitação de estudantes, já que residia num quarto.
Já dentro de casa, a jovem foi sozinha para o seu quarto, para dormir, mas, instantes depois, o DJ terá entrado no quarto, imobilizado a vítima e, alegadamente, violou-a, com a vítima a repetir por diversas vezes a palavra “não” e a pedir para parar.
Com a vítima a chorar, o DJ terá abandonado o quarto.
Mais tarde, os seus dois amigos, um deles barbeiro e outro criador de conteúdos, terão entrado no quarto e violado a jovem, que tentou fugir, sem sucesso.
Após o alegado crime, um dos arguidos terá pedido à vítima o código de desbloqueio do telemóvel, para aceder ao dispositivo e apagar todas as fotografias que a jovem tinha tirado naquela noite.
Posteriormente, os três arguidos terão abandonado apressadamente a habitação.
Mais tarde, a jovem foi auxiliada por colegas de casa, que acionaram o 112.
“Como consequência direta das condutas descritas, a ofendida vive em pânico permanente, tem dificuldade em dormir, perdeu abruptamente mais de 10 quilos, receia que os arguidos diretamente ou por interpostas pessoas possam atentar contra a sua integridade física e autodeterminação sexual e seus familiares”, salientou o Ministério Público.
O julgamento, à porta fechada, começa na quarta-feira, no Tribunal de Coimbra, às 09:30.
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