A situação, admitiu Rui Santos Amaral, poderá repetir-se na quarta-feira, na preia-mar das 14:30.
“Não prevemos que possa chegar a Miragaia, a não ser que haja uma alteração significativa dos caudais das barragens”, acrescentou o capitão.
Em comunicado de segunda-feira, a Capitania do Douro antecipava para hoje ou para quarta-feira a possibilidade de o caudal do rio engrossar até uma situação de cheia.
A perspetiva de o rio transbordar decorre, ainda segundo a Capitania, da previsão de chuva forte e persistente na generalidade da bacia hidrográfica do Douro ao longo de parte do dia de hoje, “associada a uma elevada quantidade de água proveniente de Espanha, bem como ao agravamento do estado do mar com a consequente dificuldade na capacidade de escoamento na zona da foz do Douro”.
A eventualidade levou o Centro de Previsão e Prevenção de Cheias do Douro, uma estrutura que funciona junto da Capitania, a ativar o nível laranja de alerta de cheias para o estuário, bem como para as albufeiras de Crestuma (Vila Nova de Gaia) e de quatro outras barragens a montante (Carrapatelo, Bagaúste e Valeira e Pocinho) desde as 12:00 de hoje.
“Não sendo ainda possível quantificar o aumento [de caudal], recomenda-se a todos os agentes de Proteção Civil que atuem nos pontos mais vulneráveis a inundações, como o cais do Pinhão, zona ribeirinha da cidade de Peso da Régua, cais de Bitetos, foz do rio Tâmega e zonas ribeirinhas do estuário”, aconselhou a autoridade marítima regional.
Em paralelo, o gabinete da Via Navegável do Douro, gerido pela administração portuária de Leixões, interditou, já durante a manhã de hoje, a circulação de embarcações em toda a extensão da via.
Num outro comunicado de segunda-feira, a Capitania do Porto do Douro adiantou, aludindo ao agravamento das condições meteorológicas e oceanográficas, para aumento gradual da ondulação, atingindo o seu pico entre as 18:00 de hoje e as 09:00 de quarta-feira, o que obrigou a fechar a barra do Douro a toda a navegação.
A agitação marítima, com ondas que podem atingir até 12 metros acompanhadas de ventos com rajadas até 80 quilómetros por hora, levou também a Câmara do Porto a fechar ao trânsito, desde a noite de segunda-feira, a Avenida D. Carlos I, no litoral da cidade.
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