Uma granada. O primeiro pensamento, literal, liga a mesma ao perigo. Mas não, há uma que pode ser o inverso disso mesmo. Falamos do aparelho que a FlamAid, uma startup espanhola, criou há um ano.

É uma granada passiva que utiliza os seus 100 decibéis de som para dissuadir potenciais predadores, alertando também as autoridades.

De acordo com Julieta Rueff, fundadora e CEO da marca, presente na Web Summit, a mesma foi criada a pensar nas mulheres, sendo que o objetivo foi "levar todas em segurança para casa". "Uma em cada três sofrem violência física ou sexual, eu também passei por isso e lembrei-me de algo que poderia ajudar", disse ao SAPO24.

A FlamAid tem o custo de 40 euros e é simples de usar. Tem o desenho exato de uma granada, mas mais pequena e leve. E muito simples de usar, em caso de uma situação incómoda. Basta retirar a cavilha de segurança e ela emitirá um som bastante alto, capaz de se ouvir em dois quarteirões.

flamaid

"Além do som, ela também envia uma comunicação para as autoridades e para as pessoas que o cliente escolhe na aplicação. A grande diferença de outros produtos de autodefesa é que esta é visível, ao contrário de outros. Mas porque eu tenho de esconder algo deste género se realmente poderei precisar de ajuda?”, salientou Julieta, descrevendo o produto físico.

"Tem uma forma de granada, mas é bastante leve e não pesada, pode colocar-se dentro de uma bolsa ou mesmo no bolso das calças. É feita de silicone e ao contrário do que se possa pensar, o som que emite não irá causar danos à audição, esses só surgem a 130 decibéis ou mais por mais de 10 minutos", salientou a empresária, que reconhece que já recebeu muitas questões sobre a utilidade da...granada.

"Algumas, sim. Muitos perguntam se é fácil de usar, pois pensam logo numa granada. Mas o feedback que temos tido, depois de explicar o funcionamento do mesmo, é que comprariam, sobretudo pais, para que as filhas, mais jovens, possam usar numa saída à noite ou mesmo quando vão para uma simples saída às compras", referiu a empresária espanhola.

Depois de ter lançado a startup em 2022, Julieta confessa que veio a Lisboa em busca de investimento. "Sem dúvida, pretendo expandir para todo o mundo, penso que é algo único. Neste momento, sim, é algo mais virado para mulheres, embora todos possam utilizar. O próximo passo? Sem dúvida, construir algo para crianças", concluiu.