"Após os resultados das eleições, esperamos que o novo governo português seja semelhante à coligação existente", disse Jason Graffam, vice-presidente da Global Sovereign Ratings, numa alusão ao governo socialista cessante que contou com o apoio do Bloco de Esquerda e da CDU no parlamento.
"Também esperamos que o novo governo siga um caminho semelhante. Os sucessivos governos portugueses demonstraram um forte compromisso com políticas ortodoxas para enfrentar os desafios económicos e orçamentais", afirmou o mesmo responsável, citado numa nota da agência canadiana.
A DBRS salientou que as medidas de ajustamento adotadas de emergência pelo governo PSD/CDS de 2011 a 2015 "foram importantes para estabelecer as bases para Portugal reduzir os seus grandes desequilíbrios orçamentais e económicos", na sequência da crise financeira que levou em 2011 a um pedido de assistência financeira internacional no valor de 78 mil milhões de euros.
Posteriormente, os resultados das eleições de 2015 apontaram "a rejeição pelos eleitores das medidas de austeridade, oferecendo uma oportunidade para os partidos de esquerda de formar um governo".
A DBRS considerou que a solução governativa encontrada permitiu cumprir um mandato de quatro anos e "conseguiu manter um rígido controlo de despesas com a ajuda de menores custos do serviço da dívida e uma redução do investimento público".
Para a DBRS, é provável que agora seja encontrada uma solução similar, embora "num contexto diferente".
A agência melhorou na sexta-feira o ‘rating’ da dívida soberana de Portugal, de ‘BBB’ para ‘BBB+’, com perspetiva estável, e disse esperar um compromisso com uma "gestão orçamental prudente" independentemente dos resultados eleitorais.
A DBRS explicou, na altura, que a subida "reflete a melhoria persistente em vários indicadores chave do ‘rating’ de Portugal".
A agência de notação financeira apontou que a situação orçamental "está amplamente em equilíbrio e o rácio da dívida pública em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] está a descer a um ritmo saudável".
"A elevada dívida pública é a principal vulnerabilidade" do país, mas os rácios da dívida estão a descer "a um ritmo rápido", indicou a DBRS.
(Artigo corrigido às 14:23: o pedido de assistência financeira internacional foi em 2011 e não 2010)
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