“Sempre defendemos que não interessavam as sondagens, apareceram sondagens de 24 deputados, 26, 30 deputados. O que nós defendemos e continuamos a defender a estas horas é que o que interessa é o último voto a ser contado e vamos esperar que o último voto dê maioria, como sempre pedimos aos madeirenses”, afirmou José Prada.

Segundo uma projeção da Universidade Católica Portuguesa para a RTP, divulgada após o encerramento das urnas às 19:00, a coligação PSD/CDS-PP vence hoje as legislativas regionais da Madeira, com 44% a 48% dos votos, o que, no limite mínimo, não lhe permite a maioria absoluta.

Com este resultado, a coligação Somos Madeira, formada pelos dois partidos que atualmente governam a região, consegue entre 23 e 26 mandatos, quando são necessários 24 para garantir a maioria absoluta no parlamento, que tem um total de 47 assentos.

Em declarações aos jornalistas no Instituto do Vinho, onde a coligação Somos Madeira irá reagir aos resultados, José Prada recusou a ideia de que os resultados possam evidenciar algum desgaste dos sociais-democratas, lembrando que o PSD está no poder na região há 47 anos.

Relativamente ao facto de os sociais-democratas terem decidido apresentar-se às eleições coligados com o CDS-PP, ao contrário do que aconteceu há quatro anos, quando o acordo só aconteceu depois do ato eleitoral em que o PSD perdeu a maioria absoluta, o dirigente do PSD/Madeira explicou que a última legislatura foi “um exemplo de governação”.

“Durante quatro anos houve um exemplo de governação, estabilidade económica e progresso económico e, por isso mesmo, fomos para as eleições numa coligação. Achámos que durante quatro anos governamos bem”, defendeu, insistindo ainda em relação à sondagem divulgada que “é uma projeção, não os resultados finais”.

“Vamos esperar pelos resultados finais”, disse, acrescentando, contudo, que se a coligação conseguir eleger 26 deputados “é um grande resultado”.

Quando foram divulgados os resultados, os poucos apoiantes que estão presentes no Instituto do Vinho reagiram com uma salva de palmas.

Apesar de o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP, Miguel Albuquerque, não ter ainda chegado ao Instituto do Vinho, alguns minutos antes das 19:00 chegaram a este local, no centro do Funchal, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, os vice-presidentes do PSD Paulo Rangel e Paulo Cunha e o coordenador do Centro de Estratégico Nacional (CEN) do partido, Pedro Duarte.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, também está na Madeira para acompanhar os resultados, tal como o líder nacional do CDS-PP.

Na projeção divulgada pelas 19:00, o PS consegue nove a 12 deputados (18% a 21%), o JPP quatro a seis (9% a 12%) e o Chega – que nunca esteve representado no parlamento do arquipélago - três a cinco (8% a 10%). A IL, que também nunca esteve representada no hemiciclo, CDU e BE alcançam, cada um, um mandato, enquanto o PAN surge com zero a um.

A IL tem entre 2% e 4% dos votos, e tanto a CDU (PCP/PEV) como o Bloco de Esquerda (que já teve deputados regionais) ficam entre os 2% e 3%. O PAN, que esteve representado na assembleia apenas num mandato, consegue entre 1% e 3%.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.