“O autoposicionamento político no eixo esquerda-direita revela um deslocamento à direita do eleitorado europeu. (…) Fortes correntes de direita operam em França”, observou o estudo.
Quando falta cerca de um ano para eleições presidenciais em França, “toda a questão é se esse realinhamento à direita beneficiará uma direita de governo ou a extrema-direita”, acrescentou a Fondapol nas conclusões do estudo.
Em cinco anos, a proporção de franceses à direita do espetro político “aumentou continuamente, de 33% em 2017 para 38% em 2021″, destaca o estudo.
No mesmo período, a proporção de cidadãos de esquerda manteve-se estável (25% em 2017 e 24% em 2021).
“Este estudo conduz também à constatação de um fracasso da esquerda”, resume a Fondapol, que estima “que há vários anos já não consegue impor um imaginário coletivo”.
Em termos de migração, 63% dos franceses dizem-se resistentes à abertura e 62% dos cidadãos acreditam que o Islão “representa uma ameaça à República”.
Esse medo é partilhado por 81% dos votantes de direita contra 45% dos eleitores de esquerda.
O diagnóstico de um movimento de direita da sociedade “baseia-se aqui na assimilação de valores à cultura de direita, incluindo o nacionalismo pela questão da identidade, o liberalismo económico e o liberalismo político indexado ao individualismo”, analisaram os autores do documento.
À escala europeia, esse “deslocamento” para a direita está presente em cada um dos quatro países considerados: 44% dos italianos estão à direita (31% à esquerda), 40% dos britânicos votam à direita (25% à esquerda), em França são 38% dos eleitores que preferem a direita (24% à esquerda) enquanto na Alemanha, 36% do eleitorado vota à direita (26% à esquerda).
A investigação foi realizada em França, Alemanha, Itália e Reino Unido e abrangeu 7.603 pessoas entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro de 2021 pelo instituto de pesquisas Opinion Way.
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