“Não é partir coisa nenhuma, é criar unidades autónomas, com parceiros, como estamos a fazer com a Medway, do grupo MSC” e também com o Metro do Porto, garantiu o responsável, recordando que se está a seguir o modelo de ACES – Agrupamentos Complementares de Empresas, aprovado pelo Governo.
Este modelo visa “salvaguardar os clientes [da EMEF], manter postos de trabalho e manter a sustentabilidade da EMEF (…) Não se vai partir coisa nenhuma, não há postos de trabalho ameaçados. Há uma atitude responsável, assente num racional de gestão bem pensado, bem refletido e que terá efeitos muito positivos a todos os níveis”, segundo o dirigente.
Carlos Nogueira comentou que as novas 102 contratações para a EMEF dá um “efetivo incremento à capacidade de reparação, que tem de ser tempestiva para que os comboios possam circular”.
O responsável assinalou, porém, que “não se estalam os dedos e entram pela EMEF dentro” as novas contratações.
“É preciso recrutar, selecionar, admitir e formar ‘on job’”, já que o país não dispõe de mão-de-obra especializada, além de a empresa estar a registar muitas saídas de trabalhadores, ao abrigo das longas carreiras contributivas, explicou ainda o presidente, referindo que a falta de competitividade em termos de salários também não traz trabalhadores do setor privado à EMEF.
“Não se trata de qualquer lamúria, é assim que as coisas são”, rematou Carlos Nogueira, que referiu que estas situações são comunicadas ao acionista, que “é quem manda nas empresas e as administrações seguem orientações estratégicas do acionista”.
O acionista também “é quem nomeia e quem destitui as administrações”, acrescentou o dirigente, garantindo que “até agora não têm faltado meios nem financeiros, nem humanos”. “Os problemas são apresentados e são resolvidos”, assegurou.
À CP compete cumprir o objetivo de “assegurar a mobilidade dos passageiros em condições de segurança, que é um ativo fundamental deste negócio”.
Após uma visita a uma oficina da EMEF, detida a 100% pela CP, o dirigente notou também ser “inevitável mexer em horários, quando não se tem material circulante” e que as empresas têm de ajustar o modelo de exploração.
“A manta é curta e milagres ainda não sabemos fazer na CP. Impossíveis vamos fazendo”, concluiu.
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