“O conselho de administração mantém o empenho no diálogo social com as estruturas representativas dos trabalhadores, contribuindo para um equilíbrio sustentável e harmonioso da empresa, reforçando os direitos laborais dos seus colaboradores, mantendo os compromissos assumidos no acordo empresa em vigor”, refere a EMEL, numa nota enviada à agência Lusa.
Entre terça e quinta-feira, os trabalhadores da EMEL realizam uma greve parcial para reivindicar melhores condições laborais, acusando a administração e a Câmara Municipal de Lisboa de não retomarem a discussão do caderno reivindicativo.
A ação de protesto foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e terá início a partir das 05:00 de terça-feira. A greve será de duas horas por turno, entre terça e quinta-feira.
Em declarações anteriores à agência Lusa, Orlando Gonçalves, do CESP, explicou que está em causa a negociação do caderno reivindicativo, acusando a administração de ainda não ter retomado a discussão com os sindicatos, estando os trabalhadores ainda à espera que a empresa, detida a 100% pela Câmara de Lisboa, cumpra os compromissos assumidos em 2023 e que não foram implementados.
Além da melhoria salarial, a implementação das diuturnidades é uma das questões que mais preocupa os trabalhadores da EMEL, adiantou Orlando Gonçalves.
Na nota enviada à Lusa, a EMEL garante que vindo a implementa e a cumprir “na íntegra o acordo de empresa negociado há menos de um ano com todas as estruturas representativas dos trabalhadores, nomeadamente CESP, SINTAP e SITESE”.
No âmbito desse acordo, acrescenta a empresa, em 2023 foi dado um aumento salarial generalizado de 10% e têm vindo a ser tomadas outras medidas concretas, nomeadamente o aumento do subsídio de alimentação, a subida dos ‘plafonds’ de cobertura dos seguros de saúde, subsídios de penosidade para trabalhadores de serviços que não se encontravam contemplados, subsídio de transporte através da atribuição do passe Navegante a todos os colaboradores e atribuição de dias de férias acima do previsto por lei, entre outras medidas.
Para este ano, é ainda referido, a administração da EMEL reuniu-se no início do ano com os sindicatos e foram atribuídos aumentos “a todos os trabalhadores com efeitos retroativos a janeiro, no mínimo de 52,63 euros”.
“No que diz respeito à implementação de um quadro generalizado de diuturnidades, que concorre com o atual sistema de avaliação de desempenho, a EMEL relembra que o compromisso do conselho de administração para 2024 é o de avaliar as condições da sua aplicabilidade”, salienta a empresa.
Ainda de acordo com o sindicalista Orlando Gonçalves, a paralisação vai afetar a fiscalização e poderá obrigar ao encerramento de algumas lojas e do funicular da Graça.
Contactada pela Lusa, fonte da câmara de Lisboa referiu que o município “apoia o diálogo na resolução dos conflitos laborais”, mas ressalvou que a autarquia não tem competências para “encetar essas negociações”.
Essa competência, acrescentou, é do conselho de administração da EMEL. A EMEL conta com cerca de 700 trabalhadores.
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