“A falta de enfermeiros nas urgências é um problema recorrente, que tem sido várias vezes denunciado à administração [do Centro Hospitalar do Oeste - CHO] e que continua sem resolução, pelo que hoje foi decidido avançar com esta forma de protesto”, disse à agência Lusa o delgado sindical do SEP (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses) Ivo Gomes.
A forma de protesto escolhida foi “a recusa em aceitar a passagem do turno”, o que implica que os enfermeiros que fizeram o turno entre a meia-noite e as 08:00 tenham que se manter ao serviço.
Cerca de duas dezenas de enfermeiros concentraram-se em frente ao Hospital das Caldas da Rainha para denunciar “a escassez de enfermeiros no serviço que se encontra sobrelotado”, fazendo, segundo Ivo Gomes, com que haja “uma média de 16 ou 17 doentes para cada profissional”.
Um rácio que impede “a garantia de uma assistência em condições aos doentes, muitos dos quais ficam na Urgência, em macas, por 24 ou 48 horas, sem serem transferidos para outros serviços”.
Cansados de esperar pela abertura de concurso “prometida pelo Governo e que previa a contratação de 2.200 enfermeiros”, os enfermeiros do CHO exigem à administração “a contratação de mais enfermeiros e a reorganização dos serviços”, por forma a que não haja enfermeiros a “terem que fazer turnos duplos e trabalhar cerca de 500 horas por mês, ao invés das 140 a 150 que lhes competiam fazer”.
Um grupo de enfermeiros estava às 13:00 reunido com a administração do CHO, aguardando as conclusões do encontro que poderá determinar novas formas de luta.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra. Estes concelhos dividem-se entre os distritos de Lisboa e Leiria.
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