O primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, que efetua uma visita à Turquia e tinha apelado ao líder turco para reverter esta decisão, manifestou hoje em Ancara durante uma conferência de imprensa conjunta com Erdogan o seu “descontentamento” pela decisão.
“A mesquita de Kariye [a designação turca] na sua nova identidade vai permanecer aberta a todos”, respondeu Erdogan.
“Como já tinha referido ao primeiro-ministro [grego], abrimos a nossa mesquita Kariye ao culto e às visitas após um minucioso trabalho de restauro em conformidade com a decisão que adotámos em 2020”, declarou.
“Concedemos uma grande importância à proteção de cada monumento, que constitui um bem do património cultural da UNESCO, para o tornar acessível ao benefício da nossa nação e de toda a humanidade”, prosseguiu.
Em agosto de 2020 o Presidente Erdogan ordenou a reconversão desta igreja bizantina, cuja construção original data do século V, e um mês após a reabertura da antiga basílica de Santa Sofia ao culto muçulmano.
Os primeiros fiéis foram acolhidos na passada segunda-feira, um dia após a celebração da Páscoa ortodoxa.
Mitsotakis já tinha manifestado “forte insatisfação” após a decisão da liderança turca.
“Não faltam mesquitas na cidade [de Istambul]. Não é uma forma de tratar o património cultural”, reagiu na semana passada, ao recordar que Istambul “foi a capital de Bizâncio e da ortodoxia durante mais de mil anos”.
No sábado, indicou que iria pedir ao Presidente turco que reconsiderasse a sua decisão, mas sem sucesso.
Apesar deste diferendo, os dois dirigentes iniciaram um processo de normalização de relações após décadas de tensões e equívocos entre os dois países vizinhos, ambos membros da NATO.
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