“Há um acordo. O acordo que foi negociado com o PSD, o CDS e o PPM prevê que os partidos concorram às próximas eleições legislativas [regionais]. Foi essa a condição que me fez assinar o acordo”, afirmou Paulo Estêvão, questionado sobre se os partidos que integram o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) vão concorrer coligados às próximas eleições regionais.
“Espero que todos cumpram com o acordo. O PPM vai cumprir o acordo”, acrescentou.
O líder monárquico, que falava em conferência de imprensa realizada em Ponta Delgada a propósito do abastecimento ao grupo Ocidental do arquipélago, aludia ao acordo de governação firmado em 2020 entre PSD/CDS-PP/PPM e que prevê uma aliança eleitoral nas próximas eleições regionais.
Na quarta-feira, o deputado único da IL no parlamento açoriano, Nuno Barata, rompeu o acordo de incidência parlamentar de suporte ao Governo dos Açores, chefiado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, e depois o independente Carlos Furtado, ex-Chega, também rompeu com esse acordo.
Na sexta-feira, os dois deputados admitiram negociar “ponto a ponto” com o Governo dos Açores para manter a estabilidade governativa na região.
Na sequência da decisão, figuras do PSD criticaram o peso de CDS-PP e PPM no interior do governo açoriano, como o caso do militante histórico social-democrata Vasco Garcia que, em declarações à Lusa na quinta-feira, considerou que o PSD/Açores deveria ter “marcado terreno” na coligação.
Paulo Estêvão acusou hoje os “históricos” do PSD de serem “maus treinadores de bancada”, lembrando que o PS continua a ser o maior partido na Assembleia Regional.
“O PSD só governa porque o PPM e CDS-PP o apoiaram. Porque já tinha 24 anos de oposição e continuaria na oposição. As personalidades que têm vindo a público dentro do PSD a fazer críticas são as mesmas que ao longo de 24 anos perderam todas as eleições”, criticou.
O monárquico elogiou a “lealdade tremenda” do presidente do Governo Regional e rejeitou qualquer “ingerência” na ação dos governantes.
“Não há nenhuma ingerência. Há evidentemente, por parte do CDS-PP e PPM, presença. Numa coligação há presença no governo. Mas há um responsável e um líder que é o presidente do Governo Regional”, destacou.
Para Paulo Estêvão, o rompimento do acordo por parte da IL e independente não apresenta “nenhuma alteração da situação que já se vivia” na região.
“O Chega já rompeu o acordo e o que é que aconteceu? Começou a negociar caso a caso. O deputado independente e o da IL dizem que vão negociar caso a caso. Isso é alguma alteração em relação à situação preexistente? Não. Já era assim”, afirmou.
Acusando a IL de “irresponsabilidade”, Estêvão lembrou que o executivo açoriano apresentou nesta legislatura 41 diplomas no parlamento regional, sendo que 40 foram aprovados.
“O deputado [da IL] não resiste a tentar um protagonismo político. Achou que a saída do secretário da Saúde fragilizava o governo e achou que aquele era o momento para aparecer com este número de circo. Isto é um número de circo”, reforçou.
Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio parlamentar do deputado do Chega, José Pacheco, somando assim 27 lugares num total de 57, pelo que perdem a maioria absoluta.
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