À pergunta "Deve o evento garraiada continuar no programa oficial da Queima das Fitas?", 70,7% dos estudantes que participaram no referendo responderam "Não", 26,7% "Sim", contabilizando-se ainda 49 votos nulos e 96 votos em branco, disse à agência Lusa o secretário-geral da Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF), Manuel Lourenço.
Ao todo, registaram-se 5.638 votos, num universo de cerca de 24 mil estudantes, acrescentou.
A afluência às urnas para este referendo foi significativa, atendendo a que nas eleições para a direção-geral da Associação Académica de Coimbra participaram quase oito mil estudantes em 2017 e menos de cinco mil em 2016.
Segundo Manuel Lourenço, após este resultado, o Conselho de Veteranos, que é um dos órgãos tutelares da Queima das Fitas e que rege as atividades tradicionais, terá "a palavra final".
No entanto, o secretário-geral da COQF não acredita que, "em momento algum, o Conselho de Veteranos não honre a vontade dos estudantes, até porque já disse que iria honrar” o desejo destes.
O referendo decorreu na terça-feira, entre as 10:30 e as 24:00, com urnas em todas as faculdades da Universidade de Coimbra.
Em fevereiro, a Comissão Central, parte integrante da COQF, decidiu, "por unanimidade, propor a abolição da garraiada como evento tradicional da festa".
Face a essa posição, o Conselho de Veteranos e a Associação Académica de Coimbra - entidades tutelares da Queima - acordaram em realizar um referendo aos estudantes.
A decisão de propor a abolição da garraiada surge depois de, em 2016, a garraiada ter sofrido algumas alterações (foi retirada a lide do novilho a pé e a cavalo), face a protestos e discussão no seio da academia contra a realização do evento.
Em 2016, foi a Queima das Fitas do Porto que optou por suspender a garraiada académica, uma medida justificada pela "fraca adesão dos estudantes" àquela atividade nos últimos anos e à "queda da tradição tauromáquica".
A Queima das Fitas de Coimbra realiza-se este ano de 04 a 11 de maio.
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