“Estou ‘super’ motivado, veja-se toda esta gente aqui, toda esta fila (de carros) atrás de nós. Vamos mesmo ganhar. Temos uma energia vencedora e vamos conseguir mais quatro anos”, disse à Lusa o líder dos “Proud Boys” rejeitando as acusações sobre extremismo.
“Eu sou um supremacista americano. Nada disto está relacionado com a raça. ‘Que se lixe’ o racismo, ‘que se lixe’ o antissemitismo ’que se lixem’ os fascistas. Eu sou um americano”, acrescentou Tarrio, 36 anos, residente em Miami e descendente de cubanos.
O grupo ‘Proud Boys’, que só admite homens, foi fundado em 2016 pelo ideólogo de extrema-direita norte-americano, Gavin McInes e considerado “organização extremista” pelas autoridades federais norte-americanas em 2018.
No final do mês passado o atual Presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição pelos republicanos, Donald Trump, recusou-se a criticar os ‘Proud Boys’ afirmando mesmo no primeiro debate presidencial com o candidato democrata, Joe Biden, que a organização extremista deve “esperar” e manter-se “preparada”.
”Vamos ganhar”, frisou hoje Tarrio que durante a manifestação com milhares de veículos vestia uma camisola preta com a frase de Trump “Stand Back and Stand By” (Esperem e Estejam Preparados, em tradução livre) ao som da música “Make America Great Again”, um dos hinos da campanha do Partido Republicano.
Tarrio apareceu rodeado de membros do grupo vestidos com roupa militar e acompanhado de dançarinas de minissaia.
Os ‘Proud Boys’ integraram desde o princípio da tarde o desfile automóvel de apoiantes de Donald Trump que começou nos arredores de Miami e que por volta das 17:00 (22:00 em Lisboa) se encontrava em “Little Havana”, zona da cidade onde se concentra a comunidade cubana, sobretudo os exilados do regime de Havana.
Anteriormente, no Parque Tamiami, o líder dos ‘Proud Boys’ foi um dos oradores mais aclamados pelos apoiantes de Trump, antes da coluna de automóveis começar a movimentar-se para o centro de Miami.
O desfile de apoio a Donald Trump cruzava-se por vezes com uma coluna automóvel de apoiantes de Joe Biden, que seguia em sentido contrário, não se registando incidentes apesar de insultos pontuais dos apoiantes republicanos que chamam “lixo comunista” ao candidato democrata, Joe Biden.
Na segunda-feira começa o voto antecipado na Florida, um estado considerado decisivo sobretudo por causa dos votos dos cidadãos de origem ”latina” para os resultados finais das eleições de 3 de novembro.
A maioria dos “latinos” da Florida são originários de Cuba, Venezuela, Porto Rico e República Dominicana sendo um grupo de particular interesse político, devido ao crescimento da imigração nas últimas décadas.
Por outro lado, até ao momento, a votação por correio na Florida foi significativa, com 2,4 milhões de votos enviados pelo correio até sábado passado, de um total de 3,3 milhões boletins registados pelas autoridades eleitorais do estado.
Por: Pedro Sousa Pereira (texto) e Mário Cruz (fotos) enviados da Agência Lusa
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