“Acho que o Eurogrupo vai insistir em ter o seu próprio presidente. Acabámos de eleger Mário Centeno para os próximos dois anos e meio, e há um forte sentimento no Eurogrupo de que deve haver uma distinção entre o papel do grupo, que é um grupo de ministros, intergovernamental, e o papel da Comissão”, comentou Dijsselbloem, perante a comissão de assuntos económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Dijsselbloem reagia às propostas apresentadas na quarta-feira pela Comissão Europeia para o aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM) e que contemplam, entre outras ideias, a criação do cargo de um ministro europeu da economia e finanças.
O executivo comunitário sugere que o futuro ministro “poderia exercer os cargos de vice-presidente da Comissão e de presidente do Eurogrupo, tal como possibilitado pelos atuais Tratados da UE”, e aponta que “se for alcançado um entendimento comum sobre o papel do ministro até meados de 2019, este cargo poderia ser criado no âmbito da constituição da próxima Comissão”.
“O Eurogrupo poderia então decidir igualmente eleger o ministro como seu presidente para dois mandatos consecutivos, alinhando assim os dois mandatos”, sustenta a Comissão.
Hoje, Dijsselbloem observou perante os eurodeputados que esta proposta “levanta muitas questões e deixa outras sem resposta”.
O ministro das Finanças Mário Centeno foi eleito na passada segunda-feira como novo presidente do Eurogrupo para um mandato de dois anos e meio, entre janeiro de 2018 e julho de 2020, enquanto o mandato da atual Comissão Europeia expira em finais de 2019.
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