Rui Tavares discursava no comício de encerramento da campanha do Livre às eleições europeias de domingo, no Auditório Camões, em Lisboa, e onde recordou a história dos jovens que lutaram contra o fascismo italiano e criaram o manifesto por uma Europa unida e livre, lema que o partido adotou para a corrida a Bruxelas.
“Há uma esquerda que se esqueceu destas lições da história, há uma esquerda que se esqueceu de ser europeísta, que desistiu de ser europeísta e que hesitou entre ser europeísta ou não ser”, afirmou.
Em Portugal, continuou Rui Tavares, o Livre é o único partido que não encaixa nessa esquerda e o único que é europeísta “não por omissão, mas por ação". “E isso, meus caros, há muito poucos”, disse.
“Neste domingo, para votar numa esquerda europeísta, (…) numa esquerda transformadora que quer uma Europa democrática, só há um voto e esse voto é no Livre”, apelou.
Um partido que responde à exigência das liberdades e direitos cívicos que fizeram as democracias na Europa, à exigência da justiça social e direitos laborais que fizeram o socialismo na Europa e à exigência da responsabilidade pelo planeta e pela luta contra a crise climática, descreveu o porta-voz.
No seu discurso, o também deputado na Assembleia da República atirou igualmente à direita e considerou que os eleitores, quando se questionam se é possível governar de outra forma, vão encontrar no Livre a “alternativa progressista”.
“Não há contas para uma governação progressista em Portugal que batam certo sem incluírem o Livre”, defendeu, sublinhando ainda que, por outro lado, também o combate à extrema-direita passa pelo partido.
Foi também uma mensagem partilhada pela outra porta-voz, Isabel Mendes Lopes, que sublinhou que a história é construída de histórias e que “as narrativas têm muito poder”. E acrescentou: “Não podemos deixar que esta narrativa ganhe, nem em Portugal, nem na Europa”.
O cabeça de lista às eleições europeias, Francisco Paupério começou por afirmar que o comício não marca o fim da campanha, mas um início para o Livre, “um início de uma representação no Parlamento Europeu”.
Confiante que, em breve, estará a caminho de Bruxelas para ocupar um lugar no Parlamento Europeu, o “número um” sublinhou, entre gritos de apoio e aplausos, que “não há voto útil, nestas eleições o voto é livre”.
Francisco Paupério reconheceu também, por outro lado, que o trabalho junto do eleitorado não se esgota no domingo e que, apesar do sentimento de pertença à União Europeia entre os portugueses, há eleitores desencantados com a Europa e a esses é preciso mostrar um caminho alternativo.
“A Europa não nasceu ontem e os portugueses também não e é por isso que sabem que as questões difíceis se respondem através do diálogo, da convergência e dos consensos”, defendeu.
A campanha do Livre encerra na sexta-feira com um jantar-comício na cantina do Templo Hindu, em Lisboa.
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