O arcebispo Viganò, de 77 anos, escreveu uma carta de 11 páginas publicada hoje por alguns meios de cariz conservador em vários países, na qual o prelado acusa outros membros da Curia de formarem um ‘lobby gay’ e de encobrirem as acusações contra o cardeal norte-americano.
A carta baseia-se em acusações pessoais e o prelado não aponta qualquer documentação ou prova.
O embaixador do Vaticano escreve que Francisco conheceu o caso a 23 de junho de 2013, porque ele próprio o comunicou “e continuou a encobrir o cardeal ex-arcebispo de Washington, McCarrik”.
Em junho passado, McCarrik, de 88 anos, foi afastado do colégio cardinalício e o papa argentino “ordenou a sua suspensão do exercício de qualquer ministério público, assim como a obrigação de permanecer em casa que lhe será destinada para uma vida de oração e penitência”.
Viganò explica que em 2013 foi o mesmo pontífice quem lhe perguntou: “Como é o cardeal McCarrick?, ao que o informou que aquele “corrompeu gerações de seminaristas e sacerdotes e que o papa Bento XVI o mandou retirar-se para uma vida de oração e penitência”.
Informou também que havia informação de tudo na Congregação para os Bispos.
O papa encontra-se na Irlanda, onde visita hoje um famoso templo e reza missa, no segundo dia da visita ao país, depois de se ter encontrado com vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero ou por autoridades e instituições católicas.
Francisco passou 90 minutos no sábado a falar com oito vítimas de abuso, incluindo duas que foram forçadamente dadas para adoção quando nasceram, porque as mães não eram casadas.
São alguns dos milhares de adotados irlandeses, cujas mães solteiras foram forçadas a viver em casas de trabalho.
Uma vítima, Clodagh Malone, disse que Francisco ficou “chocado” com o que lhe contaram, mas “ouviu cada um com respeito e atenção”.
Os sobreviventes pediram a Francisco para falar na missa de hoje, em Dublin, para todas as mães saberem que não é um pecado — como a igreja lhes disse — tentarem encontrar os filhos agora.
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