Desenvolvido pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), com o apoio de um laboratório, o estudo Diabetes, Attitudes, Wishes & Needs (DAWN) envolveu 540 participantes, entre os quais pessoas com diabetes tipo 1 e 2, familiares e cuidadores.
Para quem vive com esta doença, o impacto negativo da diabetes é sentido, principalmente, ao nível da saúde física: 63% nas pessoas com diabetes tipo 1 e 49% nas pessoas com diabetes tipo 2.
A diabetes também afeta o bem-estar emocional em 56% (tipo 1) e 42% (tipo 2) dos casos.
Entre as principais preocupações dos familiares de diabéticos destaca-se o risco de hipoglicemias (descidas de açúcar no sangue) noturnas (64%) e o desenvolvimento de complicações (51%).
A importância de receberem mais informação sobre a doença é sentida por 81% dos familiares de diabéticos que procuram também a melhor forma de apoiar o doente (82%).
Tanto as pessoas com diabetes como os seus familiares consideram que a sociedade tem de encontrar respostas mais eficazes no diagnóstico e no tratamento precoce (92%) e na acessibilidade à alimentação saudável e à prática de atividade física em locais adaptados e seguros.
O estudo indica que 68% das pessoas com diabetes tipo 1 e cerca de 40% das pessoas com diabetes tipo 2 consideram que têm uma boa qualidade de vida. Contudo, referem que a diabetes tem um impacto negativo na sua saúde física e bem-estar emocional.
De acordo com as conclusões do estudo, cerca de 63% das pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 1 e 49% das pessoas com diabetes tipo 2 sentem um impacto negativo na saúde física devido à sua doença.
O bem-estar emocional é apontado como a segunda maior causa, com 56% e 42%, respetivamente.
A investigação refere que seis em dez diabéticos estão preocupados com o seu futuro e com a possibilidade de ocorrerem complicações sérias.
Sobre a qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1, os inquiridos apresentam uma percentagem “bastante positiva”: 68% considera que tem uma boa ou muito boa qualidade de vida.
A maioria dos familiares sente-se preocupada com o futuro e a possibilidade de a pessoa com quem vive desenvolver complicações graves.
Segundo as conclusões do estudo, mais de 80% dos familiares e cuidadores gostariam de saber como melhor apoiar as pessoas de quem cuidam, bem como consideram muito importante receber mais informação geral sobre a diabetes.
Para a coordenadora do estudo da APDP, a enfermeira Dulce de Ó, “há ainda muitos aspetos que podem ser melhorados, tanto da parte da experiência das pessoas com diabetes, como dos seus familiares e cuidadores”.
“Viver melhor com a diabetes pode contribuir para promover a qualidade de vida das pessoas e há uma necessidade de se melhorar o apoio aos familiares, para melhor compreenderem a sua intervenção no dia a dia da pessoa de quem cuidam. A sociedade tem também um papel muito importante para aumentar o apoio às pessoas que vivem com diabetes e suas famílias”, disse.
O presidente da APDP, José Manuel Boavida, sublinha um dos resultados e que se refere ao apoio na informação e na educação que as pessoas com diabetes, familiares e cuidadores gostariam de ver desenvolvido nos próximos tempos e que ainda não existe a nível nacional, que é a criação de uma linha de apoio.
“Esta resposta mostra que as pessoas procuram um acompanhamento para além das visitas regulares ao médico que facilite o acesso à informação, melhorando assim a sua qualidade de vida” realça José Manuel Boavida.
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