“Nada fiz de errado no chamado processo de Berkeley; todos os movimentos e ações relacionados com esse caso estão devidamente documentados e são inequívocos quanto à minha inocência; fui convidado para ‘visiting scholar’ (estatuto que não confere qualquer grau académico) e não me fiz convidado; não tirei qualquer proveito da Universidade de Berkely – nem financeiro, nem académico, nem profissional, nem político”, lê-se num comunicado hoje divulgado por uma agência de comunicação em nome de Feliciano Barreiras Duarte.
O semanário Sol noticiou que Feliciano Barreiras Duarte teve de retificar o seu currículo académico para retirar o item que o indicava como professor convidado (visiting scholar) na Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos.
A Procuradoria-Geral da República remeteu para inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa os elementos que recolheu sobre o caso. "Na sequência de notícias vindas a público, a Procuradoria-Geral da República procedeu à recolha de elementos. Esses elementos foram encaminhados para o DIAP de Lisboa com vista a inquérito", revelou a PGR, em resposta à agência Lusa, sem adiantar mais pormenores.
No comunicado hoje divulgado, e que não é assinado por si, Feliciano Barreiras Duarte refere que irá “esperar, serenamente e em silêncio absoluto, mas magoado, pelos resultados do inquérito da PGR”, acrescentando que deseja “ver esta situação cabal e completamente esclarecida”.
“Depois de tudo esclarecido, o que inevitavelmente vai suceder, reservo-me o direito de usar todos os meios legais ao meu alcance para recuperar a minha reputação e ser ressarcido das perdas e danos morais que me causaram e à minha família”, afirma.
O secretário-geral do PSD lembra a posição de uma professora da Universidade de Berkeley, noticiada pelo Observador, “dando como verdadeiro um documento que antes tinha garantido que era falso”. “Ou seja, a principal e mais grave acusação de que tenho sido alvo, a de falsificação de documentos, em que alguns acreditaram, cai por terra”, sustenta.
O social-democrata considera que tem sido nos últimos dias “alvo de uma campanha ignominiosa”, algo que acredita, “em última análise, tem o objetivo principal de atacar a direção do PSD e em particular o seu líder, Rui Rio”, mas não fala em demitir-se.
Sobre a polémica que envolve um certificado que atesta que Barreiras Duarte tem o estatuto de professor convidado (visiting scholar) da Universidade de Berkeley, o presidente do PSD, Rui Rio, afirmou no domingo que o secretário-geral lhe comunicou que havia um aspeto do seu currículo “que estava a mais, não era preciso, e corrigiu”.
“É inequívoco que ele fez referência a um aspeto do seu currículo que não era preciso e corrigiu, é esta informação que eu tenho e ele deu essa informação à comunicação social”, afirmou Rui Rio, questionado no final do Congresso do CDS-PP, realizado em Lamego, Viseu.
À pergunta sobre se vai pedir a Feliciano Barreiras Duarte que dê mais explicações, Rui Rio considerou que o secretário-geral do PSD “já se explicou”.
Além de secretário de Estado, Feliciano Barreiras Duarte foi várias vezes deputado eleito por Leiria, chefe de gabinete de Passos Coelho, presidente da Assembleia Municipal do Bombarral e de Óbidos e continua a ser vice-presidente da concelhia do Bombarral.
Última atualização às 22:20
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