A autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo, presidida por Paulo Langrouva, foi financiada pelo Fundo Ambiental Re-Educa, “para criar um sistema de economia circular que recompensa a reutilização de desperdícios e a sua transformação em produtos de valor acrescentado, através da criação da moeda local ‘Sustento’, promovendo assim a adoção de práticas mais sustentáveis no uso eficiente e duradouro dos recursos”.
A iniciativa surge integrada no projeto-piloto “Figueira Circular”, promovido pela Plataforma de Ciência Aberta e pelo Gabinete de Ambiente do Município de Figueira de Castelo Rodrigo, em colaboração com diversas entidades locais, como a “e.cos – Iniciativa Comunitária para a Sustentabilidade”.
Os promotores referem em comunicado hoje enviado à agência Lusa que, no decorrer da implementação do projeto-piloto, os estudantes do Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo e as respetivas famílias “são incentivados e recompensados com a moeda ‘Sustento’ a separar e a entregar na escola resíduos de plástico e de tecidos”.
“Os produtos ‘Sustento’ são criados a partir de ferramentas de reciclagem e ‘upcycling’ (reaproveitamento e reutilização) locais, como técnicas de fusão de plástico e de costura, impressão 3D ou utilizando as máquinas desenvolvidas pelo projeto internacional ‘Precious Plastic’, que permitem transformar plástico em praticamente qualquer objeto, e que estarão disponíveis no edifício da Plataforma de Ciência Aberta, em Barca D’Alva, a partir do final de outubro”, é explicado.
Através deste mecanismo de economia circular, as famílias aumentam o seu poder de compra e podem “adquirir os produtos ‘Sustento’ através da troca pela moeda ‘Sustento'”.
Os “Sustentos” poderão ainda ser utilizados como créditos no acesso ao ginásio ou a bilhetes de cinema, promovendo também “hábitos culturais e sociais quotidianos mais saudáveis e sustentáveis”.
Para potenciar o conhecimento e o envolvimento da comunidade local, e em particular dos funcionários municipais, na criação dos produtos “Sustento”, o município de Figueira de Castelo Rodrigo criou o mecanismo “manhãs circulares”, possibilitando que os funcionários interessados possam investir uma manhã do seu horário de trabalho no desenvolvimento de produtos “Sustento”.
Os produtos “Sustento” estarão disponíveis para venda na Plataforma de Ciência Aberta e na papelaria da escola, bem como em feiras e mercados locais.
O projeto-piloto culminará em dezembro, com a realização de um Fórum de Economia Circular.
A Plataforma de Ciência Aberta, inaugurada em julho de 2017, em Barca D’Alva, junto ao rio Douro, surge como o primeiro centro da rede internacional Open Science Hub, numa parceria entre o município de Figueira de Castelo Rodrigo e a Universidade de Leiden (Holanda), inserido numa rede global de parceiros de vários países europeus, segundo a autarquia.
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