“Poderemos apontar para um crescimento em relação aos 75%” registados no primeiro dia de greve e “talvez já consigamos hoje atingir os 80% de adesão”, disse João Dias da Silva, em declarações aos jornalistas, em Beja.
Segundo o sindicalista, que falava durante uma ação de distribuição de um documento à população sobre “a luta dos professores em Portugal”, a adesão à greve de hoje “corresponde àquilo que é a fortíssima insatisfação dos professores”.
No segundo dia de greve, “estamos a superar os dados da adesão” do primeiro dia, que decorreu na segunda-feira, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém, onde “muitas escolas” estiveram encerradas, disse.
“Hoje estamos a registar também um número muito significativo de escolas encerradas” no Alentejo e no Algarve, afirmou.
Os professores estão em greve para exigir que nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho sejam contabilizados na progressão de carreira e que sejam resolvidas questões relativas à aposentação, à sobrecarga horária e à precariedade.
A adesão à greve “é o sinal de que os professores não desistem”, porque “a lei do orçamento do Estado é que estabelece que os professores têm direito à recuperação integral do tempo de serviço que esteve congelado”, lembrou João Dias da Silva.
“Aliás, não podia deixar de ser assim, porque é de justiça”, já que para “todos os outros trabalhadores” das carreiras gerais da administração pública “todo o tempo de serviço que esteve congelado” vai ser “recuperado para a progressão em carreira”.
“Uma fatia muito significativa do tempo que esteve congelado” tem de ser recuperada “já” no Orçamento do Estado para 2019, defendeu, referindo que os sindicatos também têm “de conseguir que, nos anos seguintes, o resto do tempo seja totalmente contabilizado”.
Segundo João Dias da Silva, “a greve que está a decorrer seria desnecessária se, desde há um ano, o Governo tivesse cumprido a sua responsabilidade de fazer cumprir a lei”.
A greve foi convocada por 10 estruturas sindicais de professores no dia em que o ministro da Educação esteve no parlamento, a pedido do PCP, para debater o arranque do ano letivo.
Na quarta-feira, a greve abrangerá os professores dos distritos de Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco e na quinta-feira os dos distritos de Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.
O protesto termina na sexta-feira, Dia Mundial dos Professores, com uma manifestação, em Lisboa.
Comentários