“Foram hoje divulgadas as listas de colocação que vão responder a necessidades identificadas pelas escolas. Ora, num universo de pouco mais de 100 mil professores, um quinto só agora foi colocado, o que representa uma grande instabilidade para as escolas”, lamentou o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, em declarações à Lusa.
Os serviços do Ministério da Educação divulgaram hoje os resultados dos concursos de mobilidade interna e de contratação inicial: mais de 13 mil mudam de escola e cerca de 6.500 foram colocados em estabelecimentos de ensino através de contratação inicial.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sublinhou hoje que as listas de mobilidade interna e de contratação inicial nunca tinham sido conhecidas tão cedo – a mais de um mês do arranque do ano letivo – um facto que não é contrariado pela federação.
A FNE reconhece que “tem havido um esforço” por parte da tutela para antecipar a divulgação das listas, que defende que deveriam ser conhecidas até 31 de julho para que docentes e escolas pudessem preparar atempadamente o novo ano letivo.
No entanto, João Dias da Silva entende que o facto de serem agora colocados cerca de 20 mil professores mostra que “as escolas ainda não estão dotadas com os quadros que precisam” e que “é lamentável que estejam a pedir professores nestas quantidades”.
À Lusa, João Dias da Silva alertou ainda para o facto de neste momento o concurso de mobilidade interna ter apenas disponibilizado os horários completos, deixando para mais tarde os horários incompletos.
“Deveriam ser considerados os dois tipos de horários, senão poderá repetir-se a injustiça que ocorreu em 2018, quando professores com menos graduação passaram à frente e conseguiram colocação numa escola”, recordou.
Os docentes agora colocados na mobilidade interna e na contratação inicial têm dois dias para aceitar a colocação na aplicação eletrónica, e 72 horas para se apresentar nas escolas onde foram colocados.
A publicação, a mais de um mês do arranque do ano letivo, no portal da Direção-Geral da Administração Escolar foi também hoje sublinhada pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Lembrando que o passado ano letivo terminou mais tarde, devido à pandemia, os docentes ficaram hoje a conhecer onde irão dar aulas no próximo ano, dando mais tempo aos professores e às escolas para se organizarem, lembrou hoje o ministro.
“O ano passado pudemos fazê-lo de forma inédita na primeira quinzena de agosto, e nós estamos preparados agora, estamos a ultimar as listas, para que a mais de um mês do início do ano letivo os professores possam conhecer as listas de colocação”, anunciou Tiago Brandão Rodrigues.
No mês passado, foram divulgadas as listas de colocação do concurso interno e concurso externo.
A tutela recorda em comunicado que nos últimos seis anos vincularam aos quadros do Ministério da Educação aproximadamente 11 mil docentes.
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