Salgado, que falava durante a apresentação de sua exposição “Amazónia”, classificou Bolsonaro como um “criminoso” que promoveu algo “fabuloso”, já que a preocupação dos brasileiros com a Amazónia aumentou, numa “reação à ação maligna” do seu Governo, noticiou a Europa Press.

Salgado elogiou a Justiça brasileira que, perante um manifesto assinado por personalidades para proteger e salvar a população da Amazónia contra a covid-19, agiu de forma a criar um cinturão de proteção enquanto Bolsonaro respondia com “ataques”.

As declarações do renomado fotógrafo aconteceram durante a apresentação de sua exposição “Amazónia”, que pode ser visitada a partir de quarta-feira, 13 de setembro, até 14 de janeiro, em Madrid, Espanha.

A exposição, com curadoria e conceção de Lélia Wanick Salgado, inclui mais de 200 fotografias de grande formato e sete filmes sobre a Amazónia, que foram selecionados para sensibilizar os visitantes sobre a necessidade de defender a proteção deste espaço de “beleza profunda”.

“A Amazónia é a realidade de um conceito místico, o paraíso”, destacou Salgado.

Visivelmente emocionado, o fotógrafo afirmou que durante as 58 viagens que fez à Amazónia, ao longo de cerca de sete anos, conseguiu desfrutar do “sistema colossal” do bioma, mas também viu “grande destruição”.

Salgado alertou que o mundo inteiro “depende da Amazónia” e apelou às pessoas que se unam para “pressionar os sistemas económico, comercial e político”.

“Espero que o povo espanhol venha à exposição. Depende de todos, porque a destruição foi feita pela sociedade de consumo. Nunca nos perguntamos de onde vem a madeira ou o que implica a produção de carne ou soja”, observou o vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias para as Artes em 1998 e do Rei de Espanha para a Fotografia em 1987.

Salgado pediu apoio aos grupos que lutam pela conservação do meio ambiente, porque o seu trabalho é uma “luta permanente”.

Defendeu, ainda, maior apoio às organizações que trabalham no Brasil e ao Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para impedir a destruição da Amazónia.