“Estamos com tarefas, principalmente de vigilância, patrulhamento e rescaldo, se necessário, sob coordenação da Autoridade Nacional da Proteção”, conta à Lusa o segundo comandante da Força de Fuzileiros N.º1, primeiro-tenente Luís Goulart, acrescentando que as missões são coordenadas com elementos da Proteção Civil, conhecedores da zona e do incêndio.
O objetivo é garantir uma retaguarda aos operacionais que combatem os incêndios no teatro de operações, libertando-os da vigilância e do patrulhamento das áreas ardidas ou próximas destas, missões igualmente importantes e decisivas no combate e controlo de um incêndio.
Durante o combate ao incêndio de Pedrógão Grande, dado esta tarde como dominado pela Proteção Civil, depois de quatro dias de luta intensa, além destas operações, estes militares já foram chamados a intervir em situações mais delicadas.
“Já tivemos em missões de evacuações de algumas localidades, operações de reconhecimento com vista a possíveis evacuações conforme o fogo evoluísse. Temos de apoiar a população no que for necessário, Não temos meios para apoiar no combate ao fogo, mas estamos cá para apoiar a população dentro das nossas possibilidades”, frisou o primeiro-tenente Luís Goulart.
Um dos vários pontos de vigia fixo está colocado no miradouro das Fragas de São Simão, onde estão dois fuzileiros equipados com rádios, GPS (sistema de localização) e equipamento de proteção do fogo. Há várias destas equipas espalhadas por vários locais estratégicos.
Na patrulha feita em viatura, os fuzileiros atravessam os caminhos em terra pelo meio da mancha florestal e atravessam as zonas das aldeias, onde os populares saúdam a sua presença.
Os fuzileiros participam ainda nas equipas, compostas, nomeadamente também por militares da GNR, que se dirigem às aldeias afetadas pelos fogos para “varrer” todas as localidades e fazer o ponto de situação.
Antes dos militares, as autoridades pediram ajuda aos carteiros para percorrer todas as casas nas zonas próximas do fogo. Os carteiros lideravam uma equipa multidisciplinar com técnicos do INEM, psicólogos e técnicos da câmara municipal para verificar a existência de pessoas, vivas ou não.
“Os carteiros são os nossos grandes aliados neste tipo de situações”, porque, “eles conhecem o terreno como ninguém”, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna.
O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.
Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
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